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Trudruá Dorrico

REPORTAGEM

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Artistas indígenas concorrem a R$ 5 mil no Prêmio PIPA Online; vote agora

Obra "plantando bananeira em netos de makunaimî" de Gustavo Caboco, 2020, impressão fotográfica sobre papel algodão 1/6, 20 x 25cm, realizado para a vídeo-arte ?Recado ao parente: fortificar nossos elos? [4?36?] - Gustavo Caboco/Reprodução
Obra 'plantando bananeira em netos de makunaimî' de Gustavo Caboco, 2020, impressão fotográfica sobre papel algodão 1/6, 20 x 25cm, realizado para a vídeo-arte ?Recado ao parente: fortificar nossos elos? [4?36?] Imagem: Gustavo Caboco/Reprodução

Julie Dorrico

15/08/2022 06h00

O Prêmio PIPA (Prêmio Prize) na modalidade virtual 2022 anunciou, dia 11 de agosto, os treze artistas classificados para a segunda e última fase do concurso que se realiza por votação online em sua décima terceira edição. Importante concurso de arte contemporânea brasileira já premiou os artistas indígenas renomados Jaider Esbell (1979-2021), Denilson Baniwa e Daiara Tukano.

O Prêmio PIPA é uma iniciativa do Instituto PIPA. Criado em 2010 para projetar as artes visuais no país. É composto pelo Conselho, órgão superior de gestão do PIPA; representante do Instituto e convidados.

Indicações

Em cada edição, os Conselheiros convidam de 20 a 30 brasileiros de Norte a Sul do país e estrangeiros para compor o Comitê. Os convidados são profissionais que atuam com a arte contemporânea, sendo artistas com carreiras consolidadas, críticos de arte, colecionadores, professores, pesquisadores e curadores. Cada um lista até três artistas que julgam importante concorrer ao PIPA.

Nesse sentido, a presença de artistas indígenas na concorrência do Prêmio sinaliza o reconhecimento da qualidade e do avanço das artes indígenas nacional e internacionalmente.

O Prêmio do Pipa online 2022 faz uma doação de R$ 5.000,00 para cada um dos dois artistas mais votados ao final do segundo turno de votação.

Artistas indígenas

Dos treze artistas indicados, Glicéria Tupinambá, Gustavo Caboco, Tamikuã Txihi
Xadalu Tupã Jekupé concorrem ao Prêmio PIPA 2022. Conheça a biografia dos artistas a seguir:

Glicéria, mais conhecida como Célia Tupinambá, é da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul do Estado da Bahia. Atualmente com 39 anos, ela participa intensamente da vida política e religiosa dos Tupinambá, envolvendo-se, sobretudo, em questões relacionadas à educação, à organização produtiva da aldeia, a serviços sociais e aos direitos das mulheres.

Gustavo Caboco, nascido em Curitiba, Roraima (1989). Artista visual Wapichana, trabalha na rede Paraná-Roraima e nos caminhos de retorno à terra. Sua produção com desenho-documento, pintura, texto, bordado, animação e performance propõe maneiras de refletir sobre os deslocamentos dos corpos indígenas, as retomadas de memória e na pesquisa autônoma em acervos museológicos para contribuir na luta dos povos indígenas.

Tamikuã Txihi é mulher indígena Pataxó, brasileira, nascida em Pau Brasil, Bahia. Integrante da comunidade Tekoa Itakupe, terra indígena Jaraguá, São Paulo. Ativista Indígena, artista, ceramista, escultora, poeta, Bacharel em Serviço Social, guardiã da Mãe Terra e irmã Natureza. É parte do Feminismo Comunitário de Abya Yala (América). Tamikuã entende a arte como um meio de promover a proteção física e espiritual dos corpos, territórios e conhecimentos dos povos originários. Sua arte está ligada com as memórias e histórias que sua mãe e avó compartilhavam. Transita por múltiplas linguagens, entre elas pintura, intervenção urbana e vídeo.

Xadalu Tupã Jekupé é um artista indígena que usa elementos da serigrafia, pintura, fotografia e objetos para abordar em forma de arte urbana o tensionamento entre a cultura indígena e ocidental nas cidades. Sua obra, e das conversas com sábios em volta da fogueira, tornou-se um dos recursos mais potentes das artes visuais contra o apagamento da cultura indígena no Rio Grande do Sul. O diálogo e a integração com a comunidade Guarani Mbyá permitiram ao artista o resgate e reconhecimento da própria ancestralidade. Nascido em Alegrete, Xadalu tem origem ligada aos indígenas que historicamente habitavam as margens do Rio Ibirapuitã. As águas que banharam sua infância na antiga terra chamada Ararenguá carregam a história de Guaranis Mbyá, Charruas, Minuanos, Jaros e Mbones — assim como dos bisavós e trisavós do artista. De etnia desconhecida, eles eram parte de um fragmento indígena que resistia em casas de barro e capim à beira do Ibirapuitã, dedicando-se à pesca e vivendo ao redor do fogo mesmo depois do extermínio das aldeias da região.

Votação

O 2º turno vai de 15 a 21 de agosto. Para votar, acesse o site e siga as orientações devidas: https://www.premiopipa.com/2022/08/confira-os-13-artistas-que-estao-classificados-para-o-segundo-turno-do-pipa-online-2022/