Com Cacá Diegues, Brasil subiu o morro e deu a caneta a quem devia

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Representar uma história nas telonas e vê-la causar impacto tem se tornado cada vez mais pauta no Brasil de 2025, que se vê às voltas com a possibilidade de estatuetas do Oscar para chamar de suas. Uma caminhada que não começou ontem, já que, para se chegar aqui, léguas foram percorridas, como as que atravessou o maceioense Cacá Diegues, que morreu nesta sexta-feira (14) no Rio de Janeiro.
Foi com ele que aprendemos a olhar para nossas próprias histórias no cinema, explorando um Brasil de realidades múltiplas, contrastes marcantes e uma identidade que ri e chora ao mesmo tempo. Sob os filtros do mago, tudo ganha uma dose de leveza e magia.
Com Cacá, a favela encontrou seu espaço, primeiro nas telas e, depois, fora delas, com seus protagonistas assumindo a caneta e contando suas próprias histórias. Em 2010, sob a batuta generosa do cineasta, os crias Cadu Barcellos, Luciano Vidigal, Manaíra Carneiro, Wagner Novais, Rodrigo Felha, Cacau Amaral e Luciana Bezerra trouxeram para o cinema suas dores, alegrias e inquietações, traduzidas em histórias diretas e retas. E isso tudo com a escuta atenta de alguém que sabia pra onde e como contar uma narrativa.
Cacá, com C de cinema, sempre esteve em alerta para o que poderia causar dor ao povo. Foi assim que evocou a Deus, tornando-o brasileiro e na pele de Antônio Fagundes. Haveria de ter coisa mais bonita e afetuosa?
Poucos são os brasileiros tão presentes no imaginário coletivo de um país como ele.
O Oscar, se vier, deverá muito a ele.
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