Setembro Amarelo

Saiba como abordar saúde mental e o que falar com quem precisa de ajuda

Ao longo deste mês, você já deve ter visto nas redes sociais mensagens mais ou menos assim "se você estiver precisando conversar, pode me chamar" ou assim "a dm está aberta para quem quiser desabafar".


Isso é reflexo de Setembro Amarelo, uma campanha de conscientização e mobilização sobre a prevenção do suicídio. Mas qual é a melhor maneira de abordar quem está passando por problemas de saúde mental?

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Para responder essa pergunta, Ecoa conversou com terapeutas e um voluntário do CVV (Centro de Valorização da Vida) para entender como devemos abordar quem está precisando de ajuda.
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Quando a gente não leva em consideração as inúmeras causalidadess do suicídio, que atravessa questões sociais e raciais, colocando isso de forma superficial nas redes sociais, a gente pode colocar esse sujeito que já está em sofrimento em mais uma exposição.

Tainara Cardoso,
psicóloga na clínica Psicologia em Diáspora
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"Falar é a melhor solução"

Esse é o lema do CVV. De acordo com a organização, falar pode ser a solução individual de quem sofre. Além disso, falar sobre saúde mental e suicídio também é importante para romper preconceitos e ajudar a prevenção.
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Sem condenações

A escuta precisa ser feita sem julgamentos. Não minimize a dor do outro, só a pessoa sabe o quanto aquilo que está passando a aflige. Não diga coisas como "isso vai passar" "amanhã é outro dia". Valide o que você está ouvindo.
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A melhor forma de ajudar o outro é se colocando como rede de apoio e não como resolvedor de problemas e mediador de conflitos. Ser rede de apoio é ouvir com atenção o outro sem dizer que o problema é pequeno ou só 'mimimi'.

Natália Aparecida da Silva,
psicóloga
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Conversar é falar e ouvir

Reconheça que a pessoa está passando por um momento de crise, então deixe que ela se expresse sem que sua fala seja interrompida.
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Sem comparações

Outra coisa importante para se fazer no momento da escuta é evitar comparações. Ou seja, dizer coisas como "conheço uma pessoa que passou pelo mesmo e fez isso para melhorar". Cada um é um sujeito singular.
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Precisamos distinguir o que é uma tristeza, sentimento natural do ser humano, do que é um quadro depressivo, um quadro ansioso, um quadro mais preocupante. Esses quadros preocupantes precisam de profissional qualificado. E, para isso, as pessoas podem buscar uma unidade de saúde básica na rede do SUS, ou ir direto em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) que oferecem atendimentos gratuitos

Tainara Cardoso,
psicóloga na clínica Psicologia em Diáspora
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Calma com a ajuda

É preciso respeitar o processo de autonomia do outro. Por mais que queiramos levar alguém para a terapia ou para o psiquiatra com a intenção de ajudar a pessoa, só ela pode tomar essa atitude. Existem outras formas de dizer que a ajuda especializada é necessária.
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Sua experiência

Conte sobre como é seu processo terapêutico. Fale sobre sua experiência na terapia e como ela tem te ajudado, mas fale das dificuldades e do medo desse processo também.
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Autoconhecimento

É preciso saber seus próprios limites antes de se propor a ajudar o outro. Até onde você mesmo consegue ajudar sem deixar que o problema de outra pessoa te atravesse? Autoconhecimento é a melhor forma de responder essa questão.
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A gente nunca vai conseguir 'salvar o outro' ou dar conta da demanda do outro. Entender e respeitar seus limites não é um lugar de negligência com o outro, pelo contrário, acho que ser negligente com o outro é você não respeitar seus limites porque você vai acabar abrindo uma caixinha que você não vai dar conta, e a gente vai ter duas pessoas desorganizadas tentando se apoiar

Natália Aparecida da Silva,
psicóloga da clínica Reinserir
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Não é só na DM

Abrir sua caixa de mensagem nas redes sociais não é a única forma possível de contribuir com o Setembro Amarelo. Você pode compartilhar conteúdos científicos que quebram tabus sobre saúde mental, pode cobrar autoridades públicas por ações efetivas de combate ao suicídio. Enfim, pode usar sua voz e disposição de outras maneiras.
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Para entrar em contato com o CVV:

Você pode conversar com os voluntários do CVV por telefone, chat, e-mail ou pessoalmente.


Veja todas as opções clicando no botão abaixo.

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Para se voluntariar:

Se você tem mais de 18 anos de idade, pode se tornar um voluntário do CVV. Para isso, você precisa passar por treinamentos antes de começar a atender por telefone, chat ou e-mail. O treinamento é gratuito!

Para saber mais sobre como se cadastrar clique no botão abaixo.

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Publicado em 22 de setembro de 2021.
Reportagem: Camilla Freitas

Edição: Fernanda Schimidt