Pandemia de lixo

Como reduzir o consumo de plástico na quarentena?

Por Marcos Candido

Você pede comida por aplicativo e se vê gerando um monte de lixo, rodeado de embalagens plásticas? A preocupação não é só sua. O descarte do material durante a pandemia da covid-19 é um problema que tem deixado instituições ambientais em alerta. Mas a boa notícia é que há, sim, maneiras de diminuir o lixo. Bem como de pressionar por alternativas mais sustentáveis e viáveis para quem vende e para quem consome comida delivery.
Gabriel Rodrigues e Gabriel Dias deixaram de pedir comida por delivery e tomaram outras medidas para reduzir o lixo em casa. O casal é dono do canal "Os Gabrieis", criado em 2018.
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Nem todo plástico pode ser reciclado. Especialmente o de delivery, que tem contato com resíduo orgânico. É o chamado "material infectado". Mesmo assim, o setor de reciclagem também não dá conta de tanto plástico: no Brasil, apenas 1% é reciclado; no mundo, apenas 3% tem reuso.
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O restaurante Go Vegan existe há mais de um ano no Guarujá, litoral de São Paulo. Desde a inauguração, usa embalagens biodegradáveis para quem pede um prato por aplicativo. A embalagem e os talheres feita de bagaço de cana, e a sacola é de papel. São materiais que se degradam mais rápido no meio ambiente e podem servir como compostagem.
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Se os restaurantes não correm atrás de soluções mais sustentáveis, não vai ter uma indústria que invista. Se os clientes não privilegiam restaurantes com embalagens que não agridam o meio ambiente, os restaurantes também não vão mudar

Leandro Garcia, proprietário do restaurante Go Vegan
Famoso pelas massas e pizzas, o Trattoria Nacional em São Paulo também optou por embalagens biodegradáveis e também recicláveis. Por mês, 1.500 delas são enviadas por delivery. "Para o negócio em si não faz muita diferença, mas sabemos que o material é um grande inimigo do meio ambiente e até mesmo da saúde das pessoas", explica o proprietário Marcos Piazza.
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É quase impossível saber onde o plástico consumido vai parar. O que você come pode aparecer em praias e rios. Mesmo nos aterros, mais de 40% do lixo não é adequadamente aproveitado. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelp), o Brasil gera 79 milhões de toneladas de lixo por ano. Nesse ritmo, serão 100 milhões de toneladas de lixo até 2030.
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Publicado em 10 de junho de 2020.
Reportagem: Marcos Candido | Edição: Adriana Terra