Fizeram história

Irmã Dulce, a primeira santa brasileira a ser canonizada pelo Vaticano

Anjo bom

Irmã Dulce nasceu em 1914, em Salvador, com o nome de registo Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes. A mudança para Dulce aconteceu apenas em 1933, quando ela se tornou freira. O nome é uma homenagem à mãe, Dulce Maria, que morreu de hemorragia após um parto, quando Irmã Dulce tinha 7 anos. Na Bahia, onde atuou durante toda a vida, ela também ficou conhecida pelo apelido de "Anjo Bom da Bahia".
Acervo Memorial Irmã Dulce

Amor ao futebol

Irmã Dulce era uma criança apaixonada por futebol. Ela adorava jogar bola com o pai e os irmãos. Aos domingos, ia com a família para o estádio, onde acompanhava de perto os jogos do seu time do coração: o Esporte Clube Ypiranga.
Acervo Memorial Irmã Dulce

Início religioso

Irmã Dulce começou a frequentar a igreja por conta da tia, Madalena, que não gostava muito da forma como a sobrinha se divertia. Certa vez, elas foram juntas a uma casa de pessoas pobres e doentes na periferia de Salvador, o que marcou a menina. Com o tempo, ela ficou conhecida por levar moradores de rua para comer em sua própria casa, em Nazará, um bairro de classe média da cidade.
Acervo Memorial Irmã Dulce

Jovem freira

Dulce pediu para entrar no convento de Santa Clara do Desterro aos 13 anos, mas foi recusada. Com 19, formou-se professora na Escola Normal da Bahia e, no dia da colação de grau, pediu a bênção do pai para se tornar freira.
Arquivo Jornal Correio
Em 1934, Dulce deu início a visitas em fábricas de Salvador para catequizar operários na hora do almoço. O contato com os trabalhadores culminou com a criação de um grupo para que eles pudessem reivindicar melhores condições de trabalho. Dulce fundou, assim, a União Operária de São Francisco, o primeiro movimento operário cristão de Salvador, que depois deu origem ao COb (Círculo Operário da Bahia).

Galinheiro virou hospital

Dulce estava sem opções para levar os doentes que ajudava quando viu, em um galinheiro, a chance de fazer um hospital. A freira pediu à madre superior do Convento Santo Antônio, onde fazia uma visita, para construir um centro de assistência. O espaço foi concedido e, com ajuda coletiva, foi construído o edifício.
Acervo Memorial Irmã Dulce

Dormia em cadeira

Foi em cumprimento de uma promessa feita em 1955 que Irmã Dulce dormiu 30 anos em uma cadeira de madeira. Ela pediu que a irmã sobrevivesse a uma gravidez de risco e foi atendida. Somente em 1985, aos 71 anos, a freira voltou a dormir em uma cama, quando os médicos a convenceram de que precisava fazer isso para evitar problemas de saúde
Anthony Roywoley/OSID/Divulgação

Indicada ao Nobel

Irmã Dulce era magra e pequena, com 1,48 m de altura. Ela foi indicada ao Prêmio Nobel em 1988, por José Sarney. Em carta, o então presidente a descrevia como "uma mulher frágil e determinada".
Divulgação/Arquivo OSID

Milagres

Irmã Dulce foi reconhecida por dois milagres pela Igreja Católica. Em 2001, as orações em seu nome teriam feito cessar uma hemorragia de uma mulher que padeceu pelo período de 18 horas após dar à luz o seu segundo filho. Já em 2014, um maestro baiano voltou a enxergar após 14 anos de cegueira
Raul Spinassé/Folhapress

1914 -1992

A freira morreu de causas naturais em seu quarto, no ano de 1992, aos 77 anos. Alguns meses antes de sua morte, recebeu a visita do Papa João Paulo 2º, quando ele visitou o Brasil.
Acervo Memorial Irmã Dulce

Santa Dulce

Irmã Dulce é a primeira brasileira a ser canonizada pelo Vaticano. Após a nomeação, em 13 de outubro de 2019, passa a ser chamada de Santa Dulce dos Pobres, em referência à ajuda prestada durante 65 anos a moradores de rua e a doentes sem condições de se tratar.
Romildo de Jesus/Futura Press/Folhapress
Publicado em 13 de outubro de 2019.

Reportagem
Bárbara Forte

Edição
Gabriela Metzker

Continue navegando por ECOA