E agora?

Encontrou um animal abandonado na rua? Saiba o que deve ser feito

Por Julia Guglielmetti

Quando você encontra um animal na rua, é importante entender que você pode salvar aquela vida em vez de tentar transferir a responsabilidade para um abrigo

Juliana Camargo,
Presidente da AMPARA, organização de proteção animal

Se responsabilize

Juliana explica que todos os abrigos do Brasil, sejam ONGs ou protetores independentes, estão superlotados e passando por dificuldades. "É importante trazer a responsabilidade para nós mesmos e dizer 'eu vou ser responsável por essa vida até o fim'", diz.
iStock

Animais agressivos

"Se você encontra um gato feral ou um cão agressivo, não é recomendável que tente fazer a captura sozinho", explica Juliana.

Quando os animais estão assustados, eles tendem a atacar para se defender. Evite se machucar e entre em contato com alguma organização especializada e faça a contratação ou conte com o apoio de um especialista em captura, que possui conhecimento técnico e equipamentos.
iStock
Marina Passadore, veterinária do Instituto Luisa Mell, explica que profissionais de resgates participam de treinamentos, aprendem a lidar com os desafios da situação e sabem como manusear o animal.
iStock

A melhor maneira de ajudar

Segundo Juliana, gatos ferais não devem e não podem ser confinados. Por isso, você não deve levar para dentro de casa ou para um abrigo. A ideia é que pratique o método CED, que é a captura, a esterilização e a devolução.

Para cães agressivos, existem hoteizinhos especializados que trabalham a educação comportamental para deixá-los mais sociáveis e possam ganhar uma família.
iStock

Animais sociáveis

Se você encontrar um cão manso, prenda-o com uma coleira e uma guia. No caso do gato, você precisa colocá-lo em uma caixa de transporte.

"Por mais manso que o animal seja, ele geralmente fica assustado ao ser pego", lembra a presidente da AMPARA.
iStock

Visita ao veterinário

A primeira coisa a ser feita é levar o animal ao veterinário para verificar a sua saúde. Existe um protocolo básico: castração, vermifugação, vacinação e antipulgas.

Se o animal resgatado está com problemas de saúde e você não tem condições financeiras de custear o tratamento, é possível criar vaquinhas e pedir ajuda no próprio círculo de amizades.
iStock

Adote

Feitos esses procedimentos iniciais, também é importante colocar uma plaquinha de identificação no cão --jamais no gato-- e levá-lo para casa.

"A satisfação que a gente sente em poder salvar uma vida, proporcionar dignidade e uma família a ela é indescritível. Quem ganha é a gente. O verdadeiro amor incondicional são os animais que nos oferecem", diz Juliana.
iStock

Divulgue

Caso você não queira ou não possa adotar o animal, divulgue nas suas redes sociais ou entre os seus amigos e parentes para encontrar um lar para ele. Dica: uma foto bem feita faz toda a diferença.
iStock

Adaptação

"É importante procurar dicas para adaptação do animal em casa. Muitas vezes pode durar dias até que ele se sinta seguro, entenda que está sendo cuidado, perca o medo e tenha confiança", explica Juliana.

Também existe a adaptação alimentar. Pode ser que o animal sinta um pouquinho de dor de barriga nos primeiros dias.
iStock

Situação de maus tratos

Marina, do Instituto Luisa Mell, diz que, ao encontrar um animal sob maus tratos, é importante filmar a situação, fazer provas visuais e encaminhar para equipes que saibam lidar com a situação e tentem resolver da melhor forma junto a órgãos competentes. Para entrar em contato com o Instituto, por exemplo, é só enviar um e-mail para atendimento@ilm.org.br
iStock

Animais silvestres

"Animais silvestres além de contarem com outro tipo de necessidade de treinamento e preparo para serem resgatados também devem ser encaminhados para locais específicos como o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres). Em hipótese alguma, encaminhe-os para ONGs não credenciadas para este fim", finaliza Marina.
Danilo Verpa/Folhapress
Publicado em 10 de novembro de 2021.
Reportagem: Julia Guglielmetti
Edição: Fernanda Schimidt