Retrospectiva

Relembre os bichos que viraram notícia em 2021

Por Marcos Candido

Cachorros ganham na Justiça

Em setembro, os cachorros Rambo e Spike ganharam o direito de processar os ex-tutores por maus tratos no Paraná. Segundo o Tribunal de Justiça paranaense, foram considerados equivalentes a humanos que processam outros humanos. O feito inédito foi conquistado por ONGs de resgate animal e pode aumentar o respeito do direito à vida dos bichinhos no Brasil.
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Peixinho paralisa fábrica

Um peixe raro, com no máximo 3 cm, foi responsável por "parar" uma fábrica gigante em Seropédica, no Rio de Janeiro. A espécie de rivulídeo é tão rara que se acreditava extinta. Para se ter ideia, é chamado de "peixe nuvem", por terem uma vida muito passageira e fácil de desaparecer. Em janeiro, a indústria de alimentos foi impedida de construir no local onde o peixe foi encontrado por pesquisadores.
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"Tubarões" da Amazônia são reencontrados

Peixes gigantes, com até 3 metros e 200 quilos, estão sumindo na Amazônia, mas pescadores e pesquisadores criaram um aplicativo para mapeá-los. O maior encontrado pelo app tinha 138 quilos e nadava entre os rios Jandiatuba e Juruá, no Amazonas. As espécies de bagres Dourada e Piraíba (ou Filhote) são tão imensas e complexas que são chamadas de "tubarões de rio doce".
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Araras Romeu e Julieta vivem amor possível

Em junho, os biólogos do Bioparque do Rio de Janeiro trouxeram ao mundo a história de Romeu e Julieta. As duas araras-canindé vivem um amor impossível. Ou quase. A espécie é considerada tecnicamente extinta na natureza e Julieta é a única em liberdade no Rio. Há 20 anos, ela visita o "namorado" Romeu mantido em cativeiro para preservação da espécie. Mas as notícias são boas: no ano que vem, há chance do casal finalmente se unir.
Bernardo Oliveira/Divulgação

Na porta de casa

Depois de quase 30 anos morando nas colinas de Hollywood Hills, a californiana Kat resolveu instalar câmeras de segurança durante a pandemia e descobriu um desfile de animais selvagens bem à porta de casa. Filmou raposas, coiotes, bobcats, veados e, mais surpreendente de todos, um leão da montanha. Os moradores aprenderam a conviver com ele e mobilizaram construção de passarela para vida selvagem.
Santa Monica Mountains National Recreation Area

Os cavalos de Noronha

Cavalos em Fernando de Noronha se tornaram alvo da administração da ilha de Pernambuco. Um decreto quer retirá-los da ilha, mas os últimos cavaleiros da ilha se uniram para celebrar a cultura do vaqueiro no arquipélago localizado no oceano Atlântico.
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Ai!

O grande campeão do Comedy Wildlife Awards foi o retrato de um macaco na China em uma situação que parece, bem, nada confortável. O retrato de Ken Jensen, chamado "Ouch!", foi o mais votado entre o público em uma competição muito acirrada e com fotógrafos de todo o mundo.
Ken Jensen/Comedy Wildlife Photography Awards 2021

As onças voltaram

Em dezembro, pesquisadores descobriram que Estação Ecológica Taiamã, no Mato Grosso, pode ter uma das maiores populações de onças-pintadas conhecida no planeta. São cerca de 12,4 animais por 100 quilômetros quadrados. As análises indicam um método interessante para sobreviver: as antissociais onças começaram a socializar, pescam, brincam juntas e preferem comer peixes.
Reprodução/ Ernane Junior

Peixe-lua recordista

Um peixe-lua que pode ter 4 metros de comprimento foi encontrado por dois norte-americanos, na Califórnia. A espécie é considerada ameaçada de extinção no Brasil e ameaçada no restante do mundo. A dupla que o encontrou sugere que o achado entre no Guinness, o livro dos recordes.
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Cavalos têm sentimento?

Uma discussão em Santa Catarina gerou um debate: cavalos têm sentimentos? De acordo com os deputados catarinenses, cavalos não podem ser considerados seres com consciência, como gatos e cachorros. A discussão gerou debate entre ambientalistas, políticos e cavaleiros tradicionais.
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Ararinha-azul renasce

Nasceram no Brasil os primeiros filhotes de ararinha-azul após 30 anos sem nascimento de novas espécies no país. A ararinha-azul era considera extinta na natureza desde os anos 2000. As únicas sobreviventes estavam no Catar, quando foram levadas para a Alemanha e trazidas para a Bahia. A espécie é da Caatinga, mas foi alvo constante do tráfico de animais.
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Publicado em 29 de dezembro de 2021.
Texto: Marcos Candido
Edição: Fernanda Schimidt