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Cachaça começa a ser reconhecida como item gourmet; conheça os tipos

Joana Santana

Do UOL, em São Paulo

25/02/2014 20h34

Pinga, aguardente, cana, canjebrina, amarelinha, branquinha... São muitos os nomes dados à cachaça, bebida criada aqui e reconhecida no mundo todo como tipicamente brasileira. "Com um decreto assinado em 2001, o então presidente Fernando Henrique determinou o termo como exclusivo ao destilado nacional", afirma Luis Fernandes, bartender formado pelo SENAC e consultor em bebidas.

Mas diferentemente de fermentados como a cerveja, que se divide em quatro grandes famílias e centenas de estilos, e os vinhos, que se diferem não só na cor, mas em dezenas de tipos de uvas, as cachaças são classificadas basicamente por seu envelhecimento. "Por lei, toda cachaça tem de 'descansar' por no mínimo seis meses armazenada em tonéis de aço ou de madeira antes de ser vendida", informa Fernandes.

Conheça alguns detalhes que diferem cada tipo da bebida:

Cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de Cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 % vol a 48% vol a 20ºC, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6g/l , expressos em sacarose.

Cachaça Adoçada: É a bebida definida que contém açúcares em quantidade superior a 6g/l e inferior a 30g/l, expressos em sacarose. 2.2.5.

Cachaça Envelhecida: É a bebida que contém, no mínimo, 50% de cachaça ou aguardente de cana envelhecidas em recipiente de madeira apropriado, com capacidade máxima de 700 litros, por um período não inferior a 1 ano

Cachaça Premium: É a bebida que contém 100% de cachaça ou aguardente de cana envelhecidas em recipiente de madeira apropriado, com capacidade máxima de 700 litros, por um período não inferior a 1 ano.

Cachaça Extra Premium: É a bebida definida envelhecida por um período não inferior a 3 (três) anos.

Apesar de regar as mais antigas raízes culturais do Brasil e da crescente valorização inclusive no exterior, a cachaça tem um longo caminho a percorrer até o lugar de destaque que ela merece ocupar. A bebida ainda enfrenta certa resistência e sofre preconceito. "É uma desinformação que não tem nada a ver com classe social", esclarece Figueiredo. "Existem cerca de cinco mil marcas, de 30 mil alambiques conhecidos, e poucas pessoas são capazes de citar dez rótulos", exemplifica.