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Que tal usar cachaça para cozinhar? Veja combinações certeiras com a bebida

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colaboração para o UOL, do Recife

13/09/2016 16h25

Ela é a bebida brasileira mais famosa, faz sucesso lá fora e dentro das nossas fronteiras, esbanja o feito de figurar pelos quatro cantos do país, incluindo até os seus rincões mais remotos. E foi por sua importância para a cultura nacional que a bebida tem seu dia comemorado em 13 de setembro, data considerada o Dia Nacional da Cachaça. A iniciativa foi instituída pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), em 2009.

Mas cachaça não serve apenas para preparar caipirinha. Na panela, ela é capaz de realçar pratos e ingredientes nacionais como a linguicinha até clássicos estrangeiros como o estrogonofe, que ganha sabor diferente com uma dos e da bebida. Quer saber como usar?

Veja abaixo 10 dicas para explorar as múltiplas potencialidades culinárias da cachaça. 

  • Sabor acentuado

    Cozinhar com cachaça é interessante pois não demanda muito garimpo -quase sempre existe uma garrafa em casa. Caso contrário, é um item bem fácil de achar e que vale a pena, não só para beber. A aguardente na comida agrega maciez, acentua sabor e ajuda a cortar o teor de gordura. Ainda traz nuances como o perfume e o adocicado da cana ao prato.

  • Como escolher?

    A premissa aqui é: "leve para o fogão o mesmo produto que você compraria para beber". Tudo porque o alimento vai absorver todas as características da bebida e como tal, a qualidade -alta ou baixa- vai refletir no resultado final. O mesmo cuidado vale para a quantidade, pois o exagero pode fazer com que a pinga, cujo teor alcoólico (alto) varia de 38 a 48%, possa sobressair e encobrir o sabor do alimento principal.

  • Com que cachaça eu vou?

    Sensibilidade vale mais do que regras quando o assunto é cozinhar com ela. Mas, se for para eleger um coringa, esse é a pinga branquinha. Ela é a mais neutra e vai aromatizar e realçar o sabor -isso vale muito para carnes brancas que são mais delicadas. Usa-se a envelhecida (como as de carvalho), que é mais marcante, quando a intenção é trazer isso para a comida. Já a andiroba é indicada se o desejo é deixar a receita mais aromática. Ambas funcuonam muito bem com as carnes de boi e porco.

  • Direto no fogo

    Flambar é outra forma de aproveitar a nossa "caninha". E dá para aplicar essa troca com o estrogonofe, que é originalmente feito com conhaque. Nesse caso, a bebida é colocada no início da cocção, assim que a carne sela; o álcool evapora, dando aroma e sabor delicado. Esse é um artifício que dá para usar também com filé de frango, picanha e no pernil, que depois pode virar um delicioso sanduíche. O mesmo vale para diversos recheios de escondidinho, seja ele de carne-seca, costela ou camarão. Porém, se a ideia é deixar o gosto da cachaça muito presente, flambe pouco antes do final do preparo, desligue o fogo e junte mais um pouquinho. Assim, você transforma um tutu de feijão em outra iguaria mineira, o feijão bêbado; o mesmo truque vai acentuar ainda mais o sabor da linguiça antes de ir à mesa.

  • Sem pressa

    A cachaça é um grande aliado dos cozimentos lentos pois vai amaciando e adornando sabores. Experimente colocar uma boa dose naquela sua receita de rabada, nos legumes como abobrinha e no arroz de bacalhau -que deve ser cozido em um caldo feito com 50% água e 50% cachaça. É uma troca que traz um toque de brasilidade para um risoto, que tradicionalmente leva vinho branco em seu refogado base.

  • Combinação perfeita

    Acredite: aguardente é ingrediente perfeito para fazer molhos. Experimente colocar aquela costelinha suína para cozinhar apenas com suco de laranja e cachaça. A medida padrão sugere que a cada 1 kg da carne, leve 1 copo americano da cachaça escolhida. As envelhecidas aqui vão muito bem, especialmente a de jequitibá rosa. Já a branquinha funciona com combinações de receitas que levem rapadura, manteiga, pimenta e coentro; ou cheiro verde, mostarda e creme de leite.

  • Mundo de açúcar

    Nas receitas doces ela funciona também. Dá para incrementar o pudim com um caramelo simples de açúcar apenas adicionando uma dose da bebida. E sobremesas de cremes brancos, como pannacota e manjar, ganham novos ares com uma calda feita com 200 ml de líquidos -metade água, metade cachaça e 50 gramas de rapadura. A bebida ainda vai bem em conservas de frutas como uma geleia de kiwi ou de manga. Ainda dá para fazer gelatina com pinga, que é muito comum pelos interiores do Brasil.

  • Na xícara

    Saiba que dá muito certo juntar duas das bebidas mais amadas do país: a cachaça e o café. E de maneira bem simples, colocando apenas um pouco da bebida para bater, ligeiramente, com o chantilly que vai ser servido com o expresso.

  • No copo

    Pinga sempre é bem-vinda para acompanhar a comilança. A começar pelo casamento com os clássicos de boteco, nos quais os bolinhos fazem um casamento perfeito com a bebida. Mas, ela é versátil e transita bem pelas esferas culinárias: para comidas apimentadas sirva uma rica em aromas; já as com muita gordura ou ácidas, pedem uma mais amadeirada. Na dúvida, use a lógica de que pratos mais leves pedem uma cachaça com menor teor de álcool; e as mais alcoólicas são indicadas para receitas mais encorpadas e suculentas. E saiba sempre: se tem cachaça no prato, ela também é a bebida certa para acompanhar tal refeição. Por fim, no reino das caipirinhas: a tradicional de limão é essencialmente a preferida da feijoada e a de frutas cítricas, é da parceira do churrasco.