Desempenho - O motor turbo-diesel empresta vigor para a Nissan SEL encarar tanto os trechos civilizados como um off-road de dificuldade média. As respostas às acelerações são quase imediatas, mas o melhor do motor está mesmo nas retomadas. Com um colossal torque de 41,1 kgfm, com 90% já disponível a partir de 1.500 giros e atingindo o clímax em 2.000 rpm, o motor enche rápido para fazer ultrapassagens e encarar trechos de subida. No fora-de-estrada, esta força é muito bem-vinda. Ao engatar o 4x4, a picape desbrava bem trechos de lama e esburacados sem vacilar. Um aliado desse bom desempenho é o bem escalonado câmbio automático. Com cinco velocidades, os delays e buracos entre uma marcha e outra são mínimos e pouco perceptíveis. No asfalto, o modelo avaliado saiu da inércia e alcançou os 100 km/h em bons 12,4 segundos. Já a máxima, de 165 km/h, é uma questão de bom senso. Nota 9 |
Estabilidade - A SEL tem um comportamento dinâmico que impressiona. Somente nas freadas bruscas e nas curvas mais fechadas a carroceria se desequilibra um pouco. Normal para uma picape de 2 toneladas. De qualquer forma, para o off-road é preciso mesmo que haja alguma flexibilidade. Ela se mostrou à vontade em trechos desnivelados, onde "copiou" as irregularidades do terreno sem quicar. Na lama pesada, a reduzida e o câmbio em segunda marcha seguram bem o veículo. De volta ao asfalto, a postura em altas velocidades é exemplar. Mesmo acima de 140 km/h, a comunicação entre volante e rodas se mantém precisa e não surge qualquer sensação de flutuação. Nota 8 |
Interatividade - É gritante a evolução da picape média tailandesa em relação à geração anterior ainda feita no Brasil. Ela oferece uma boa posição de dirigir, facilitada pelas regulagens de altura do volante e do banco. Mas um ajuste de profundidade da coluna da direção seria bem-vindo, até porque a parte da frente da cabine é bem espaçosa, o que, aliás, obriga o motorista a se deslocar para acionar alguns comandos, como do ar e do rádio. De qualquer maneira, o motorista se sente bem mais à vontade que na Frontier antiga. A ergonomia é mais eficiente no que diz respeito aos botões do vidro elétrico e dos faróis. Não é fácil manobrar uma picape, ainda mais na cidade grande. Mas a direção suave e precisa, os avantajados retrovisores e as largas janelas minimizam os problemas. O modelo peca por não contar com computador de bordo. Mas o pior é que a chave só destrava a porta do motorista e não há abertura por controle remoto. Ou seja: é preciso abrir a porta do motorista com a chave, como antigamente, e depois acionar um botão no interior para que um carona possa ter acesso ao habitáculo. Nota 7 |
Consumo - A picape é potente, mas nada econômica. Fez a média de 6,4 km/l de diesel com 1/3 na estrada e 2/3 entre cidade e off-road de dificuldade média. Nota 6 |
Conforto - Como qualquer picape com pretensões de encarar off-road ou de carga, a SEL tem amortecedores com curso longo. Vazio, o modelo sacoleja bastante nas irregularidades da pista asfaltada, mas no off-road esse molejo se torna uma vantagem para enfrentar terrenos muito desnivelados. O espaço interno é bom de uma forma geral, sendo que na frente os ocupantes contam com um melhor vão para as pernas do que os de trás. O isolamento acústico é satisfatório. Nota 7 |
Tecnologia - A picape usa elementos do Pathfinder, mas é montada sobre uma plataforma de longarinas. O motor diesel com turbo de geometria variável e injeção common-rail é eficiente e a suspensão bem adequada tanto para o fora-de-estrada quanto para o asfalto. Além disso, tem diferencial com escorregamento limitado e uma transmissão de cinco velocidades que merece ser destacada. Só que, para um veículo que começa em R$ 112.900, a lista de equipamentos peca por ser enxuta demais. No quesito segurança, só oferece airbag duplo e freios com ABS. A concorrência, porém, não oferece nada a mais. Nota 6 |
Habitabilidade - O interior da Frontier SEL traz uma boa quantidade de porta-objetos, principalmente no console central. A iluminação interna também é eficiente e o espaço na caçamba condiz com o segmento. Os acessos à fileira da frente da cabine são bons, mas as portas estreitas de trás dificultam a entrada. Nota 7 |
Acabamento - Mais um upgrade visível em relação à antiga geração. O revestimento em couro sempre empresta um ar de requinte a qualquer habitáculo. Na Frontier asiática, o tom mais claro do painel também dá um ar de sofisticação. Além, disso, há um cuidado aparente com encaixes e forrações. Os materiais também aparentam qualidade ao toque e aos olhos, ao contrário da Frontier nacional, com muitos materiais de gosto e qualidade duvidosos. Nota 8 |
Design - O desenho não a distingue, mas a generosa grade frontal com diversos cromados e o capô elevado conferem, ao mesmo tempo, robustez e arrojo. Isso sem falar no visual lameiro reforçado pelos pára-barros e estribos. Trata-se de mesma Frontier vendida na Europa, Ásia e América do Norte. Nota 8 |
Custo/benefício - A versão automática avaliada custa R$ 119.900 e não oferece opcionais. Fica alinhada com outras picapes médias modernas, como Hilux e L200 Triton. Mas, como elas, traz uma lista tímida demais, principalmente em relação a itens de conforto e de segurança. Nota 7 |
Total - A Nissan Frontier SEL automática somou 73 pontos em 100. NOTA FINAL: 7,3 |
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