O Fiesta Trail inegavelmente atrai pelo visual. As molduras no pára-choques, o bagageiro no teto e os estribos laterais, sem dúvida, emprestam um ar mais jovial e arrojado ao compacto da Ford. Mas trata-se do velho e conhecido Fiesta.
Ou seja, nada de achar que os adereços visuais credenciam o carro a enfrentar trechos "off-road", por mais leves que sejam. Afinal, não há nem suspensão reforçada nem pneus de uso misto.
Mesmo assim, sob o capô também está um velho conhecido: o motor RoCam de 111 cv (só com álcool). Ele responde bem às investidas no pedal do acelerador com prontas arrancadas e retomadas "espertas", beneficiadas ainda mais pelo baixo peso do veículo. A estabilidade também é garantida pelas curtas dimensões do carrinho e pela suspensão bem acertada.
A dirigibilidade, porém, é prejudicada nos detalhes. O quadro de instrumentos e o volante não se entendem. A direção atrapalha sempre a visão do painel para o motorista, mesmo que se baixe ao máximo o assento. A visibilidade é prejudicada pelo vidro traseiro diminuto e pelas largas colunas centrais e traseiras.
Isso sem falar no acabamento interno que deixa muito a desejar em termos de qualidade. O consumo não chega a consolar, mas não assusta: a média foi de 7,3 km/l.
(por Fernando Miragaya) EM DEZ PONTOS, O FIESTA TRAIL |
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Desempenho | O motor 1.6 de 111 cv é o maior trunfo do Fiesta Trail. Ele proporciona arrancadas e retomadas eficientes, principalmente acima dos 3 mil giros. O câmbio é bem escalonado e o modelo não assusta na hora das freadas. | 8 |
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Estabilidade | As dimensões enxutas e a suspensão bem acertada deixam o compacto da Ford "no chão", mesmo nas curvas mais fechadas. Em velocidades altas, a sensação de flutuação surge aos 150 km/h. | 7 |
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Interatividade | O Fiesta peca em vários aspectos. O mais gritante é a falta de ajuste de altura do volante. Em qualquer posição que se regule a altura do banco do motorista, a visualização do quadro de instrumentos é prejudicada pelo volante. Os engates da marcha são precisos, mas o curso é longo demais. A visibilidade traseira é prejudicada pelas colunas centrais e pelo pequeno vidro traseiro. | 6 |
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Consumo | O modelo avaliado registrou a regular média de 7,3 km/l com álcool. Razoável para um compacto. | 7 |
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Conforto | Em altas rotações o barulho do motor invade o habitáculo sem cerimônias. Como todo compacto, o Fiesta tem problema de espaço para pernas e cabeças. A suspensão é bem acertada e não reflete as irregularidades da pista. | 6 |
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Tecnologia | Trata-se de um projeto de 2001, mas ainda atual. O motor Zetec RoCam 1.6 não deixa de ser eficiente e a versão conta com uma interessante lista de equipamentos de conforto. Itens de segurança são inexistentes. | 6 |
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Habitabilidade | O espaço no porta-malas, de 305 litros, é razoável, mas no interior não há muitos porta-objetos. Apesar de ser um compacto, os acessos não são ruins. | 6 |
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Acabamento | É o maior "drama" dos modelos que saem de Camaçari. Apesar das maquiagens e das bossas implementadas na versão Trail, há rebarbas, encaixes malfeitos e materiais que inspiram desconfiança. Nem a capa de neoprene nos bancos disfarça a simplicidade do interior. | 5 |
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Design | O Fiesta já era bem ajeitadinho e com o "face-lift" promovido pela Ford ele ficou mais moderninho e ganhou um sopro de vida. | 7 |
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Custo/benefício | A versão Trail é cara e não tem qualquer aptidão lameira. Nem mesmo pneus de uso misto. Além disso, consegue custar mais que o Focus GL - R$ 43 mil - e fica apenas um pouco mais barato que o EcoSport, que começa em R$ 46 mil. | 6 |
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Total/média | O Fiesta Trail somou 64 pontos em 100. | 6,4 |
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Quesito | Comentário | Nota |
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