Para a Nissan do Brasil, o Murano tem uma função quase ideológica. Afinal, a fabricante japonesa sempre foi uma referência em veículos fora-de-estrada e quer se livrar desse "estigma" que a persegue, principalmente no mercado brasileiro. E é justamente o Murano que prepara o terreno (sem trocadilhos) da transição dos "off-road" para veículos de passeio sofisticados.
Trata-se de um típico crossover: tem jeitão de utilitário esportivo e até algumas aptidões lameiras, mas com a conveniência e o conforto dos automóveis tipicamente urbanos. Com isso, a Nissan aproxima seus consumidores habituais dos modelos "on road" da marca, como o novo Sentra, que estreou por aqui em abril, e o hatch médio Tiida, que desembarca no mês que vem. Além desses, um compacto feito no Brasil deve dar as caras em 2008.
É verdade que o conceito de crossover já não é nenhuma novidade. Só que o Murano impressiona não por sua proposta, e sim pelo seu design, que parece ter sido importado de um filme futurista de Steven Spielberg. Quase tudo no visual do carro passa longe da mesmice.
IMPRESSÕES AO DIRIGIR |
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 Ao entrar no Murano, tem-se a impressão de adentrar uma nave espacial de filmes de ficção, tamanha a ousadia de suas linhas. Mas a realidade chega logo ao se virar a chave do crossover e engatar o câmbio CVT. Graças a ele, a condução do modelo é divertida e confortável.
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O capô tem linhas fluidas e corte curvilíneo com apenas dois discretos vincos. A grade cromada estreita tem uma aparência dentada e separa os conjuntos óticos triangulares com faróis duplos e setas integradas que invadem a carroceria.
O pára-choque bojudo e proeminente parece estar desgrudado do resto da frente do veículo e traz dois faróis de neblina redondos em forma de canhão, além de uma entrada de ar generosa.
Visto de perfil, o vidro dianteiro se apresenta bastante inclinado e confere arrojo ao Murano, ao mesmo tempo em que pára-lamas musculosos, vincos nas portas e linha de cintura alta lhe emprestam robustez.
Por trás Na traseira, mais ousadias visuais. O vidro tem as extremidades arredondadas e a generosa tampa do porta-malas tem um corte em V. Esse desenho acompanha o estilo das lanternas triangulares -- que, devido à proeminência, emprestam uma aparência musculosa. O aspecto robusto ainda é mais realçado pelo pára-choques bojudo com um vinco central.
FICHA TÉCNICA |
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Nissan Murano 3.5 V6 |
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Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 3.498 cc, seis cilindros em V a 60º, quatro válvulas por cilindro com controle variável de abertura. Injeção eletrônica de combustível multiponto seqüencial e duplo comando de válvulas. Bloco e cabeçotes em alumínio. Acelerador eletrônico. |
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Transmissão: Câmbio automático continuamente variável com seis velocidades e opção de modo seqüencial na alavanca. Tração 4X4 integral. Controles eletrônicos de estabilidade e tração. |
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Potência: 231 cv a 6.000 rpm. |
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Torque: 32,4 kgfm a 3.600 rpm. |
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Diâmetro e curso: 95,5 mm x 81,4 mm; compressão de 10,3:1. |
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Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos, barra estabilizadora sólida e travessa superior. Traseira independente Multi-link, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora tubular. |
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Freios: Discos ventilados na frente e discos sólidos atrás. ABS, EBD e assistente de frenagem. |
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Carroceria: Crossover grande em monobloco com 4 portas e cinco lugares. 4,77 m de comprimento, 1,88 m de largura, 1,70 m de altura e 2,82 m entre-eixos. |
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Peso:1.875 kg em ordem de marcha. 505 kg de carga útil. |
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Porta-malas: 480 litros. |
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Tanque: 82 litros. |
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Capacidade off-road: Ângulo de entrada de 28º, ângulo de saída de 25º. 17 cm de vão livre do solo. |
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Preço: R$ 225,5 mil |
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O desenho interior não tenta ser menos ousado que o exterior. O quadro de instrumentos tem conta-giros, velocímetros e indicadores de temperatura e nível do combustível em mostradores circulares, com ponteiros vermelhos e fundo amarelado.
Esse quadro de instrumentos é envolvido por uma moldura de linhas retas e curvas feito em aço escovado. O mesmo material serve para acabar detalhes no volante, no descansa-braço das portas, no console central e na parte central do painel.
Por dentro, sobram espaço e conforto, qualidades quase obrigatórias para um veículo de R$ 225,5 mil. Lá estão ar-condicionado automático com saídas independentes para o carona e para os bancos traseiros, direção hidráulica, trio elétrico, controle remoto na chave, rádio/CD player com disqueteira para seis discos e sistema de som Bose, bancos de couro, rodas de liga leve aro 18, regulagem de altura do volante, controle de cruzeiro, comandos de áudio no volante, ajuste elétricos dos bancos e dos pedais, computador de bordo e um monitor de cristal líquido de 5,8 polegadas com informações diversas.
Segurança Entre os equipamentos de segurança, oito airbags, freios com ABS e EBD, controles eletrônicos de estabilidade e tração, retrovisor eletrocrômico e faróis de xênon com regulagem e lavador. A tração do modelo é integral, movida por um respeitável motor V6 em bloco e cabeçotes de alumínio 3.5 litros.
O propulsor de 24 válvulas conta com duplo comando de válvulas, controle variável de abertura das mesmas e gera uma potência de 231 cv a 6 mil giros e torque máximo de 32,4 kgfm a 3.600 rpm. Essa unidade de força trabalha em conjunto com uma transmissão CVT de seis velocidades.
O motor é basicamente o mesmo que equipa o esportivo 350 Z. Mais uma mostra de que a Nissan quer provar que tem versatilidade para se sair bem tanto na lama quanto no asfalto.
(por Fernando Miragaya)