Fiat Mobi x Renault Kwid

Carros mais baratos do Brasil duelam em suas versões recheadas. Confira qual é a melhor opção

Vitor Matsubara Do UOL, em São Paulo Murilo Góes/UOL

Fiat Mobi e Renault Kwid trouxeram de volta um segmento que estava esquecido desde a primeira geração do Ford Ka. Os subcompactos voltaram como alternativa racional para quem vive o tempo todo na cidade e não precisa de um carro grande.

E claro que a dupla também agrada quem está com o orçamento apertado: os modelos são os dois carros novos mais baratos do país.

Porém, o duelo desta semana reúne as versões mais recheadas: Mobi Drive e Kwid Outsider são pequenos e mais acessíveis, mas nem por isso são pelados. Pelo contrário: eles trazem equipamentos que até pouco tempo atrás jamais estariam em carros populares.

Além de tudo isso, eles também têm dimensões parecidas e motores 1.0 bem ágeis no dia-a-dia. Qual deles é a melhor compra para sua garagem? É só rolar a página para descobrir!

Renault Kwid Outsider

Preço: R$ 45.890
Motor: 1.0, 12V, 3 cilindros em linha, flex
Câmbio: manual, cinco marchas
Potência: 70 cv / 66 cv a 5.500 rpm
Torque: 9,8 kgfm / 9,4 kgfm a 4.250 rpm
Consumo: 10,3 km/l / 10,8 km/l (etanol) e 14,9 km/l / 15,6 km/l (gasolina)
0 a 100 km/h: 14,7 s
Velocidade máxima: 156 km/h
Dimensões: comprimento, 3,68 m; largura, 1,58 m; altura, 1,47 m; entre-eixos, 2,42 m
Peso: 806 kg
Porta-malas: 290 litros
Tanque: 38 litros

Fiat Mobi Drive

Preço: R$ 44.840
Motor: 1.0, 12V, 3 cilindros em linha, flex
Câmbio: manual, cinco marchas
Potência: 77 cv / 72 cv a 6.250 rpm
Torque: 10,9 kgfm / 10,4 kgfm a 3.250 rpm
Consumo: 9,6 km/l / 11,3 km/l (etanol) e 13,7 km/l / 16,1 km/l (gasolina)
0 a 100 km/h: 12 s
Velocidade máxima: 164 km/h
Dimensões: comprimento, 3,56 m; largura, 1,63 m; altura, 1,50 m; entre-eixos, 2,30 m
Peso: 945 kg
Porta-malas: 215 litros
Tanque: 47 litros

Murilo Góes/UOL Murilo Góes/UOL

Desempenho

Mobi anda muito e bebe pouco

Se você acha absurdo pagar quase R$ 45 mil em qualquer um desses carros, saiba que o Mobi traz uma boa surpresa debaixo do capô.

A versão Drive é a única equipada com o eficiente motor 1.0 de três cilindros da família Firefly, que também equipa Uno e Argo. São 75 cv e 9,9 kgfm quando abastecido com etanol e 73 cv e 9,5 kgfm se o combustível escolhido for a gasolina. As demais versões do Mobi trazem o veterano 1.0 Fire.

Talvez o Mobi Drive não te impressione logo de cara, mas a convivência vai te fazer mudar de ideia. Não demora muito para o compacto embalar e a partir das 2.000 rpm o Mobi "acorda" com tudo. É fácil se empolgar com o rendimento do motor Firefly e nem mesmo o câmbio com engates pouco precisos atrapalha a dirigibilidade.

O consumo é uma das principais virtudes do Mobi Drive. Segundo o programa de etiquetagem veicular do Inmetro, o compacto faz 9,6 km/l e 11,3 km/l com etanol e 13,7 km/l e 16,1 km/l com gasolina no tanque.

O Kwid também não decepciona com o motor 1.0 da família SCe, que basicamente é uma versão simplificada do conjunto que equipa o Sandero. Com 70 cv e 9,8 kgfm com etanol no tanque e 66 cv e 9,4 kgfm se for abastecido com gasolina, o pequeno Renault aproveita o baixo peso para ter agilidade no trânsito.

Seu funcionamento, porém, é um pouco mais áspero do que no rival, tanto pelo nível de ruído quanto pelas vibrações do motor de três cilindros. O modelo da Renault também transmite maior sensação de instabilidade em velocidades mais altas e é mais suscetível à ação dos ventos laterais. Pelo menos assim como o Mobi, o Kwid também tem apetite moderado: ele faz 10,3 km/l e 10,8 km/l com etanol e 14,9 km/l e 15,6 km/l com gasolina.

Por ser mais prazeroso de dirigir, mais silencioso e mais econômico, o Mobi leva a melhor.

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Itens de série

Kwid é mais completo

Aqui o Kwid dá um banho no Mobi. É um dos poucos compactos de entrada que saem de fábrica com airbags laterais frontais, algo que nem modelos mais caros e maiores oferecem no país.

O modelo da Renault ainda vem com central multimídia com suporte a Android Auto e Apple CarPlay e câmera de ré, itens que não são oferecidos nem como opcionais no Mobi.

Ambos oferecem ar-condicionado, direção elétrica, vídeos elétricos nas portas dianteiras, travas elétricas e abertura interna da tampa do porta-malas.

Mais completo e barato do que o Mobi, o Kwid vence este quesito.

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Design

Estilo "quase SUV" do Kwid agrada mais

Faz quase quatro anos que o Mobi está entre nós, mas muita gente ainda não engoliu o design do pequeno Fiat. Tem quem critique os faróis e as lanternas com tamanhos desproporcionais em relação ao restante do carro. Por outro lado, não dá para acusar o Mobi de falta de personalidade.

Só ele traz a tampa do porta-malas feita inteiramente de vidro, solução que a Volkswagen já adotou no Up europeu, mas descartou no modelo brasileiro. O interior, porém, é mais conservador e lembra muito o Uno.

Já o Kwid tem um visual mais parrudo que tenta reforçar a impressão de robustez. De forma inteligente, a Renault embarcou no sucesso dos utilitários esportivos e vende o popular como o "SUV dos compactos".

O hatch vai pelo caminho oposto do Mobi e aposta em menos vincos e linhas mais rebuscadas, que fazem o Renault parecer maior do que realmente é. Não faltam apliques em plástico para reforçar o estilo aventureiro e há até um falso bagageiro no teto. Porém, o visual é harmonioso e não peca pelo excesso de elementos.

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Custo-benefício

Kwid entrega mais e custa menos

O Kwid custa pouco mais de R$ 1.000 a mais do que o Mobi, mas justifica essa diferença na lista de equipamentos. Apesar da simplicidade esperada nos dois modelos (não devemos esquecer que estamos falando das versões mais caras de dois dos carros mais baratos do país), o Kwid salta mais aos olhos do lado de dentro.

Os bancos são bonitos e possuem texturas com estilo aventureiro e combinam duas tonalidades (preto e laranja) em várias partes da cabine. Já o Mobi parece mais sóbrio e não transmite a mesma sensação de esmero do rival.

Quando estamos falando do seu bolso, os modelos praticamente empatam no custo das seis primeiras revisões: a rede Renault pede R$ 3.105, enquanto a Fiat cobra R$ 3.164.

O valor médio do seguro dos compactos também é próximo. A apólice do Mobi pode variar de R$ 1.300 a R$ 2.000 dependendo do perfil e da região. Já o seguro do Kwid sai mais em conta, com variação média de R$ 1.400 a R$ 1.550.

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Vida a bordo

Kwid é mais espaçoso e (parece) mais requintado

O nível de acabamento é apenas regular nos dois modelos. Porém, o Kwid recebe melhor os ocupantes. São pequenos detalhes que fazem a diferença, como a combinação de cores vibrantes e o tecido dos brancos com costuras aparentes na cor laranja.

No Mobi impera um tom monocromático de cinza e sem muitas variações de textura. Algumas peças também poderiam ser melhor encaixadas. Faltam porta-objetos maiores, algo que o rival oferece.

O espaço nos bancos dianteiros do Kwid poderia ser mais generoso, especialmente para as pernas. Os pedais também ficam muito próximos uns dos outros. O Mobi tem um banco traseiro mais aconchegante, mas o espaço é mais generoso no Kwid.

Vencedor: Renault Kwid

O Mobi Drive é muito mais gostoso de dirigir do que o Kwid Outsider. Mas desempenho é o único quesito no qual o representante da Fiat leva a melhor.

O pequeno Renault é mais espaçoso, mais confortável, mais seguro e mais bem equipado, oferecendo, inclusive, equipamentos que não estão disponíveis no Mobi nem como opcionais. Existe também o design mais parrudo que lembra vagamente um SUV por conta da maior altura em relação ao solo e dos penduricalhos aventureiros espalhados pela carroceria, mas todo mundo sabe que gosto não se discute.

De toda maneira, o Kwid mostrou sua superioridade neste duelo, especialmente porque custa apenas R$ 1.050 a mais do que seu concorrente e tem seguro e custos de revisões mais baixos. Assim, ele se sagra vencedor do embate.

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