Equinox x Compass

Motor turbo e visual esportivo fazem SUV da Chevrolet desafiar atual líder do segmento

Vitor Matsubara Do UOL, em São Paulo (SP) Murilo Góes/UOL

Parece que todo mundo quer andar de SUV médio por aí. A gente sabe que não é bem assim, mas tem muita gente pensando em levar um destes modelos para a garagem.

O Jeep Compass é o atual líder do segmento de utilitários esportivos médios e constantemente ameaça o reinado do Renegade. Tanto sucesso fez as concorrentes crescerem os olhos e logo surgiram rivais de peso.

Um deles é o Chevrolet Equinox, que acaba de ganhar uma nova motorização: trata-se do 1.5 turbo que entrega 172 cv apenas com gasolina. Outra boa novidade é a versão Midnight, que se destaca pelo visual monocromático com várias peças pintadas de preto.

Além de disputarem o coração do mesmo cliente, a dupla está separada por apenas R$ 1 mil: o Equinox sai por R$ 131.990 e o Compass custa R$ 132.990. Qual dos utilitários esportivos é o melhor negócio? Descubra com a gente nos parágrafos seguintes.

Jeep Compass Longitude

Preço: R$ 132.990
Motor: 2.0, 16V, 4 cilindros em linha, flex
Câmbio: automático, seis marchas
Potência: 166 cv / 159 cv a 6.200 rpm
Torque: 20,5 kgfm / 20 kgfm a 4.000 rpm
Consumo: 6,1 km/l / 7,5 km/l (etanol) e 8,8 km/l / 10,8 km/l (gasolina)
0 a 100 km/h: 10,6 s
Velocidade máxima: 192 km/h
Dimensões: comprimento, 4,41 m; largura, 1,81 m; altura, 1,64 m; entre-eixos, 2,63 m
Porta-malas: 410 litros
Tanque: 60 litros

Chevrolet Equinox Midnight

Preço: R$ 131.990
Motor: 1.5, 16V, 4 cilindros em linha, turbo, gasolina
Câmbio: automático, seis marchas
Potência: 172 cv a 5.600 rpm
Torque: 27,8 kgfm a 2.500 rpm
Consumo: 9,5 km/l / 11,7 km/l (gasolina)
0 a 100 km/h: 9,2 s
Velocidade máxima: 199 km/h
Dimensões: comprimento, 4,65 m; largura, 1,83 m; altura, 1,69 m; entre-eixos, 2,72 m
Peso: 1.551 kg
Porta-malas: 468 litros
Tanque: 56 litros

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Design

Equinox tem visual mais imponente

S10 e Tracker possuem versões Midnight, mas foi no Equinox que o visual monocromático ficou arrebatador. A ausência de cromados do lado externo reforçou a cara de mau do SUV, dono de linhas naturalmente agressivas.

A grade frontal bem larga e os belos faróis dão personalidade ao modelo, que tem um visual mais genérico nas laterais. A traseira, por sua vez, possui lanternas divididas pela tampa do porta-malas.

O interior é conservador e destaca a tela da central multimídia MyLink, que fica em uma posição muito adequada para o motorista visualizar as informações. Alguns comandos, porém, são um pouco difíceis de serem acessados ou manuseados, como o seletor giratório das luzes dos faróis, que é pequeno demais.

O Compass já perdeu o ar de novidade, mas ainda conquista olhares pelas ruas. Lançado em 2016, o SUV frequentemente ocupa a vice-liderança nas vendas do segmento, ficando atrás apenas do "irmão mais velho" Renegade. Suas linhas seguem a identidade visual da Jeep, marcada pela grade frontal com sete barras verticais.

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Itens de série

Segurança pesa a favor do Equinox

Alinhando as versões intermediárias fica fácil perceber como os dois SUVs são bem equipados.

O Equinox Midnight traz acendimento automático dos faróis, assistente de partida em rampas, ar-condicionado digital de duas zonas, câmera de ré, chave presencial, central multimídia com navegação por GPS e suporte a Android Auto e Apple Car Play, controles de estabilidade e de tração, freio de estacionamento elétrico, faróis de xenônio, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e rodas de liga leve de 18 polegadas.

Frente ao seu rival, o Equinox se destaca em segurança ao trazer 6 airbags (frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina), enquanto o Compass escorrega ao trazer apenas os airbags frontais obrigatórios por lei.

De resto, o Jeep vem com ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, acendimento automático dos faróis, bancos revestidos parcialmente em couro, câmera de ré, computador de bordo, controles de estabilidade e de tração, central multimídia com tela tátil de 8,4 polegadas e suporte a Android Auto e Apple CarPlay, destravamento das portas sem chave, freio de estacionamento elétrico, piloto automático, sensor de chuva, sensores de estacionamento traseiros, sensor de pressão dos pneus e sistema start-stop.

É uma decisão difícil (para o bem, felizmente), mas o Equinox vence por investir mais em itens de segurança passiva.

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Desempenho

Equinox dá um banho no rival

Tenho certeza que você imagina que o motor 1.5 turbo (movido apenas a gasolina) pode ser um pouco fraco para o Equinox. Mas de vez em quando é bom se enganar: os 172 cv e 27,8 kgfm de torque máximo cumprem seu papel com louvor.

Falta de fôlego não faz parte da rotina com a nova motorização, mesmo com 90 cv a menos do que o possante 2.0 turbo. Além da convivência por uma semana mesclando trechos de cidade e estrada, UOL Carros teve a chance de avaliar o modelo na pista de testes da GM em Indaiatuba (SP), a qual simula trechos de serra com diversas subidas e descidas. E em nenhum momento o SUV pediu arrego.

O câmbio automático de seis marchas também desempenha um bom papel e trabalha em sintonia com o motor de 1,5 litro. Assim, não se sente falta da eficiente transmissão de nove marchas que equipa a versão mais potente. O consumo é bom: 9,5 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada.

Na prática, o motor 1.5 turbo é mais do que suficiente para atender as necessidades da maioria dos clientes - até porque imagina-se que o dono de um Equinox não pretende andar rápido levando toda a família a tiracolo. Entretanto, como sempre existem exceções, a Chevrolet ainda oferece o 2.0 turbo de 262 cv na versão Premier.

Em contrapartida, o Compass sofre um pouco com os 166 cv do motor 2.0 Tigershark.flex. Bom esclarecer que potência não falta ao modelo da Jeep, como pode-se notar na ficha técnica.

O problema está justamente na transmissão de seis marchas, que parece não falar a mesma língua do motor. A caixa demora a fazer algumas reduções e isso prejudica o desempenho do SUV em situações como ultrapassagens e retomadas de velocidade.

É verdade que a maioria das pessoas pode não ligar para isso, até porque limites de velocidade estão aí para serem respeitados. De toda maneira, quem prefere mais agilidade precisa gastar um pouco mais pelas versões com motorização a diesel.

O consumo do Compass flex também deixa a desejar: números aferidos pelo Inmetro indicam 6,1 km/l e 7,5 km/l com etanol e 8,8 km/l e 10,8 km/l quando abastecido com gasolina.

Por ser mais esperto, ágil e econômico, o Equinox leva a melhor neste critério.

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Vida a bordo

Compass parece mais refinado

Seja qual for sua escolha, você vai se sentir bem dentro de qualquer um deles. O Equinox repete o tom monocromático do lado de fora e aposta em uma cabine mais sóbria. Nota-se aí o típico estilo norte-americano, com uma datada iluminação azulada nos mostradores.

Já o Compass tem um estilo mais sofisticado. É fácil observar a maior quantidade de plástico com acabamento emborrachado, que até afunda ao toque dos dedos. O estilo do painel de instrumentos é mais conservador, mas de bom gosto. A cabine também tem um bom isolamento acústico e não se ouvem ruídos de peças plásticas, por exemplo. Os bancos são bem confortáveis.

O espaço interno é bom nos dois modelos, embora as dimensões mais generosas façam a diferença no Equinox, que traz maior área no banco de trás e um porta-malas mais amplo.

Neste quesito, o Compass se sagra vencedor por transmitir uma sensação de maior requinte e mais conforto a quem viaja nele.

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Custo-benefício

Equinox tem motor turbo por preço justo

Faz tempo que é difícil achar preços justos no mercado de carros novos. Felizmente, Equinox e Compass são duas gratas surpresas. Nenhum deles cobra muito pelo que entregam e a relação custo-benefício merece elogios nos dois casos.

Os valores ficam ainda mais atraentes quando lembramos que as versões intermediárias custam menos do que as versões mais caras de SUVs compactos, como o Honda HR-V Touring (R$ 139.900).

O Equinox, porém, leva vantagem por trazer o eficiente motor 1.5 turbo, enquanto o Compass ainda aposta em uma motorização de 2-litros aspirada. Como já dissemos alguns parágrafos acima, a escolha da Chevrolet se mostra mais acertada pelo desempenho superior e melhor consumo de combustível.

Nos custos de revisão o SUV da Chevrolet também se firma como melhor escolha. Levando em consideração os valores informados para a versão Premier 2.0 turbo (já que o site da GM ainda não informa valores referentes à motorização 1.5 turbo), o proprietário vai gastar R$ 3.556 nas seis primeiras revisões. No caso do Compass, a soma é de R$ 5.646. Ou seja, uma diferença de R$ 2.090.

Considerando que os SUVs estão separados por uma ínfima diferença de R$ 1 mil nos preços sugeridos, o Equinox vence mais um quesito.

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Vencedor: Equinox

Devo admitir que foi um duelo mais equilibrado do que imaginava. Chevrolet Equinox Midnight e Jeep Compass Longitude são igualmente bem equipados, bonitos e confortáveis.

Feitos para transportar famílias inteiras sem problemas, os SUVs se diferenciam nas dimensões e principalmente nas motorizações: enquanto um aposta na tendência do "downsizing" com o motor 1.5 turbo, o outro escolhe um caminho mais tradicional ao adotar um motor de maior litragem com aspiração natural.

É verdade que o Compass tem uma qualidade a seu favor que pode ser importante para muita gente: a tradição da marca Jeep. Entretanto, o Equinox é uma opção mais completa pelo valor que cobra. Mais seguro, maior e mais estiloso, o modelo da Chevrolet desbanca o atual líder dos SUVs médios e leva a melhor no confronto.

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