Jeep Compass S

Série especial do 2º SUV mais vendido do país aposta em tecnologia, mas cobra quase R$ 200 mil

Vitor Matsubara Do UOL, em São Paulo Murilo Góes/UOL

Sonho de consumo

O Compass é um dos maiores sucessos da história da Jeep no Brasil. Em 2019, o modelo foi o segundo SUV mais vendido do país, ficando atrás apenas do "irmão" menor Renegade. Motivos não faltam para o sucesso, como design atraente e amplo espaço interno.

A série especial S foi lançada em 2019 com esses predicados combinados a uma lista generosa de equipamentos. Só que tudo isso tem seu preço, e neste caso não é barato: R$ 195.990. Vale a pena desembolsar essa pequena fortuna pelo SUV?

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Estilo ainda agrada

Coube ao Brasil a honra de ser o primeiro mercado a vender o Compass no mundo em 2016. Pouca coisa mudou na gama de versões do SUV desde então e o design se manteve inalterado.

As linhas, porém, ainda agradam pela harmonia: as sete aletas da Jeep ganharam uma reinterpretação mais esportiva e os faróis têm um desenho elegante.

As laterais são bem marcantes e possuem um friso que "nasce" na parte superior das janelas e vai até a vigia traseira. Atrás, as lanternas têm estilo mais convencional. O interior também é mais conservador e recebe bem os passageiros: é fácil você se sentir à vontade dentro do SUV.

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Itens avaliados

Design (4): o Compass ainda seduz mesmo depois de quase quatro anos de estrada. Essa versão S ganhou um toque de esportividade com a pintura em dois tons e as rodas de 19 polegadas.

Itens de série (5): a versão mais cara é também a mais recheada, com piloto automático adaptativo e alerta de permanência em faixa; frenagem autônoma é exclusividade na linha.

Custo-benefício (3): tudo bem que o Compass S é muito bem equipado, mas desembolsar quase R$ 200 mil já é demais.

Desempenho (5): o bom motor 2.0 turbodiesel garante tranquilidade nas retomadas, força para vencer obstáculos no fora-de-estrada e bons números de consumo.

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Feito para geeks

O grande destaque do Compass S está na lista de equipamentos. É verdade que o carro já é bem equipado desde a versão de entrada, mas a série especial investe em assistências de condução. Traz piloto automático adaptativo, alerta de colisão com frenagem autônoma, assistente de permanência em faixa com correção de trajetória, sensor de pontos cegos e sistema de estacionamento semiautônomo.

O SUV ainda vem com detalhes externos em grafite (como logotipos, grade dianteira e molduras dos faróis de neblina), rodas de liga leve de 19 polegadas e revestimento do teto em preto. Apenas duas cores estão disponíveis: Branco Polar e a exclusiva Marrom Deep, sendo que a parte superior da carroceria sempre é pintada de preto.

Fora esses itens, o Compass S traz a mesma lista de equipamentos da versão Limited. Isso inclui 7 airbags, abertura elétrica da tampa do porta-malas, ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, acendimento automático dos faróis, banco do motorista com regulagens elétricas, câmera de ré, central multimídia UConnect com tela tátil de 8,4 polegadas e suporte a Android Auto e Apple CarPlay.

Ainda traz coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, computador de bordo com tela TFT de 7 polegadas, controles de estabilidade e de tração, faróis de xenon, freios a disco nas quatro rodas, controle de velocidade em descidas, assistente de partida em rampas, sensores de estacionamento traseiros, sistema de som Beats com 8 alto-falantes e subwoofer, tomada de 127 volts, teto solar panorâmico e vidros elétricos nas quatro portas. Falta apenas navegação por satélite (GPS).

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Fôlego de sobra

O motor 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 kgfm é mais do que suficiente para mover o Compass S. Parece que o carro está sempre pronto para acelerar mais, seja na estrada ou fora dela.

O isolamento acústico é muito bom para um veículo a diesel: os ocupantes conseguem conversar ou ouvir música tranquilamente sem serem incomodados por aquele barulho típico.

Sobra torque mesmo em baixas rotações e o Compass embala fácil. As retomadas são feitas sem cerimônia e o SUV tem valentia para enfrentar trilhas de dificuldade mediana sem problemas. Isso por conta da tração 4x4 com reduzida e quatro modos de atuação: Auto, Mud (Lama), Snow (Neve) e Sand (Areia).

O câmbio automático de 9 velocidades funciona de maneira suave e progressiva: as trocas de marcha são imperceptíveis e ainda é possível realizá-las por aletas atrás do volante.

O consumo é um dos pontos positivos de um SUV a diesel. O Inmetro informa médias de 10,1 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada, números satisfatórios para um modelo do porte do Compass. Durante nosso test drive, que combinou trechos urbanos com rodoviários, conseguimos uma média de pouco mais de 10 km/l.

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Entre e fique à vontade

Bom acabamento é uma marca dos modelos da Jeep e no Compass S não é diferente. O interior é bastante aconchegante e com materiais de qualidade superior ao da concorrência. Todo o painel das portas é revestido em couro e material emborrachado. Há costuras aparentes na cor branca e até os plásticos do painel são suaves ao toque dos dedos.

A maioria dos comandos está bem localizada ao alcance dos ocupantes dos bancos dianteiros. Apesar disso, o motorista precisa se acostumar com a posição pouco usual dos botões que controlam volume e estação de rádio, que ficam atrás do volante. Além disso, o excesso de botões na parte inferior do console central confunde um pouco os passageiros.

A cabine é bastante ampla com bom espaço para joelhos e cabeças. Há duas saídas de ar-condicionado dedicadas para quem viaja atrás, descansa braço no lugar onde também fica o quinto passageiro e uma tomada de três pinos de 127 volts no meio dos bancos da frente. O porta-malas tem capacidade de 410 litros (menos do que os 432 litros do Nissan Kicks), mas parece ser bem maior.

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Vale a pena?

Embora seja muito bem equipada, a série especial do Compass não justifica os R$ 195.990 pedidos pela Jeep.

Quem pensa nele por conta das tecnologias de assistência de condução encontra opções mais acessíveis no mercado. Uma delas é o Peugeot 3008, que não oferece a mesma capacidade off-road pela ausência de tração 4x4, mas em contrapartida custa bem menos: a partir de R$ 159.990.

Outra alternativa interessante é o Volkswagen Tiguan Allspace, que também custa mais barato (R$ 187.990), oferece a maioria dos itens do Compass S, um motor mais potente com 220 cv e ainda leva sete passageiros.

Porém, se você se encantou pelo Compass e quer levá-lo para casa, vale a pena dar uma olhada nas versões Limited ou na Trailhawk. Ambas trazem o mesmo motor turbodiesel e a maioria dos equipamentos da série S por R$ 181.990 - uma diferença bem significativa para seu bolso.

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Concorrentes

VW Tiguan Allspace R-Line

Preço: R$ 187.990
Motor: 2.0, 4 cilindros em linha, turbo, gasolina
Potência: 220 cv a 4.300 rpm
Torque: 35,7 kgfm a 1.600 rpm
Câmbio: automatizado de 7 marchas
Consumo: 8,3 km/l / 9,6 km/l
0 a 100 km/h: 6,8 segundos
Velocidade máxima: 223 km/h
Dimensões: 4,70 metros de comprimento, 1,86 metro de largura, 1,66 metro de altura, 2,79 metros de distância entre eixos
Peso: 1.785 kg
Porta-malas: 216 litros (7 lugares) / 686 litros (5 lugares)
Tanque: 60 litros

Peugeot 3008 Griffe Pack

Preço: R$ 179.990
Motor: 1.6, 4 cilindros em linha, turbo, gasolina
Potência: 165 cv a 6.000 rpm
Torque: 24,5 kgfm a 1.400 rpm
Câmbio: automático de 6 marchas
Consumo: 9,8 km/l / 12,1 km/l
0 a 100 km/h: 8,9 segundos
Velocidade máxima: 206 km/h
Dimensões: 4,44 metros de comprimento, 1,84 metro de largura, 1,62 metro de altura, 2,67 metros de distância entre eixos
Peso: 1.567 kg
Porta-malas: 520 litros
Tanque: 53 litros

Ficha técnica

Preço: R$ 195.990
Motor: 2.0, 4 cilindros em linha, turbo, diesel
Potência: 170 cv a 3.750 rpm
Torque: 35,7 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: automático de 9 marchas
Consumo: 10,1 km/l / 13,7 km/l
0 a 100 km/h: 10 segundos
Velocidade máxima: 194 km/h
Dimensões: 4,41 metros de comprimento, 1,82 metro de largura, 1,64 metro de altura, 2,63 metros de distância entre eixos
Peso: 1.717 kg
Porta-malas: 410 litros
Tanque: 60 litros

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