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Escândalo do diesel faz VW sofrer 1o prejuízo trimestral em 15 anos

Saldo do grupo no terceiro quarto do ano foi de 3,48 bilhões de euros - Divulgação
Saldo do grupo no terceiro quarto do ano foi de 3,48 bilhões de euros Imagem: Divulgação

<br>Andreas Cremer

Em Berlim (Alemanha)

28/10/2015 09h01

A Volkswagen divulgou nesta quarta-feira o primeiro prejuízo trimestral em pelo menos 15 anos, impactada pelos custos relacionados ao escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes de motores a diesel. A empresa ainda reduziu a previsão de lucro para o ano.

O grupo alemão teve prejuízo operacional de terceiro trimestre de 3,48 bilhões de euros, em linha com expectativa de 3,47 bilhões obtida pela Reuters junto analistas.

A Volkswagen reservou 6,7 bilhões de euros no trimestre para cobrir custos relacionados à fraude que envolveu 11 milhões de carros da marca no mundo, ligeira alta ante os 6,5 bilhões anunciados na semana em que o escândalo se tornou público, em 18 de setembro.

Como resultado, a companhia espera que o lucro operacional do ano fique "significativamente abaixo" do recorde atingido em 2014, de 12,7 bilhões de euros.

Excluindo os custos da fraude, a montadora ainda espera ter margem de lucro operacional de entre 5,5 e 6,5 por cento este ano, depois de 6,3 por cento em 2014. 

Corte de gastos

A Volkswagen planeja cortar os investimentos em 1 bilhão de euros por ano em sua principal divisão, responsável por 5 milhões de carros que serão alvo de recall. A divisão de luxo Audi, fonte de cerca de 40 por cento do lucro do grupo, também planeja cortes nos investimentos.

A companhia confirmou que o prejuízo divulgado nesta quarta-feira é o primeiro resultado trimestral negativo em pelo menos 15 anos, mas por causa de mudanças contábeis, a empresa não pode precisar quando o último prejuízo ocorreu.

As vendas do grupo, que também incluem a marca Porsche, caíram 1,5 por cento em setembro, para 885.300 carros e recuaram 3,4 por cento no terceiro trimestre, para 2,39 milhões de unidades.

Com isso a montadora alemã ficou atrás da japonesa Toyota na liderança das vendas mundiais nos acumulado dos nove primeiros meses deste ano após ter assumido a primeira posição três meses antes.