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Justiça alemã abre processo contra ex-presidente da VW por fraude

<br>Andreas Cremer

Em Berlim (Alemanha)

28/09/2015 09h32

Promotores alemães lançaram uma investigação nesta segunda-feira (28) contra o ex-presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, a respeito da fraude nos testes de emissão de poluentes de veículos da companhia.

Winterkorn, que renunciou na última quarta-feira (23) após quase nove anos no comando da maior montadora europeia, está sendo investigado sob "alegações de fraude na venda de veículos com dados de emissão manipulados".

A Volkswagen, que já admitiu ter usado um programa para trapacear testes de emissão de diesel em 11 milhões de veículos ao redor do mundo, tanto da marca principal como de subsidiárias como Audi, Porsche e Seat, está sob grande pressão para controlar o maior escândalo corporativo em seus 78 anos de história.

A montadora nomeou o então presidente da Porsche, Matthias Mueller, como novo presidente-executivo na sexta-feira (25), e concordou em apontar uma firma legal nos Estados Unidos para conduzir a investigação completa. 

Fraude em emissões abala alta cúpula da VW
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Mais demissões

Fontes familiarizadas com o tema disseram nesta segunda que também foram suspensos os chefes de Pesquisa e Desenvolvimento de Volkswagen (Heinz-Jakob Neusse), Audi (Ulrich Hackenberg) e Porsche (Wolfgang Hatz). Ainda assim, a crise não mostra sinais de que irá arrefecer tão cedo.

Dois jornais alemães publicaram no domingo que a própria equipe da companhia e um de seus fornecedores alertaram anos atrás sobre o uso ilegal de tecnologia para detectar quando um carro estava sendo testado e alterar o consumo do seu motor a diesel, mascarando assim os dados de emissões tóxicas de óxidos de nitrogênio.

No uso cotidiano, o índice de poluentes emitidos chegava a ser 40 vezes maior do que o registrado nas medições oficiais.