Topo

Montadoras de veículos limitam produção na China por fraqueza do mercado local

15/09/2015 09h55

FRANKFURT/PEQUIM (Reuters) - A Volkswagen e outras grandes montadoras de veículos começaram a conter produção, aumentos de salários e outros custos na China, afirmaram fontes da indústria à Reuters, conforme executivos do setor presentes no salão do automóvel de Frankfurt observam uma acentuada desaceleração do maior mercado do mundo.

A joint-venture entre a Volkswagen e a chinesa FAW está cancelando pagamento de bônus a funcionários e cortando turnos de trabalho em fábricas no nordeste da China, afirmaram fontes com conhecimento do assunto. Os bônus que deixarão de ser pagos normalmente representam mais da metade dos ganhos dos trabalhadores em linha de montagem.

Volkswagen e General Motors estão entre as montadoras mais expostas à crise do mercado de veículos da China, que viu a demanda por veículos novos cair abruptamente pressionada pela queda do mercado acionário e pelo resfriamento da economia. A demanda também está mudando de marcas estrangeiras para locais.

Embora a China tenha sido responsável por mais da metade do lucro da Volkswagen nos últimos anos, a GM e suas parceiras chinesas correm o risco de terem errado na aposta ao planejarem uma expansão de 14 bilhões de dólares na China. Ambas já começaram a cortar produção, em cerca de 5 por cento em julho, segundo um consultor em Pequim.

"O humor está muito deprimido na Volkswagen, BMW ou na GM", disse Clemens Wasner, da consultoria austríaca EFS, que assessora várias montadoras alemãs na China.

Hubert Waltl, diretor de produção da Audi, afirmou que a montadora também reduziu produção na China, cortando a semana de trabalho de sete para cinco dias em resposta a uma redução na demanda por modelos como o sedã A6.

Segundo a consultoria IHS, a indústria de veículos na China está ampliando em 3,7 milhões de unidade a capacidade produtiva no país este ano. Com a produção caindo e a capacidade crescendo 11,5 por cento, para 36 milhões de veículos anuais, a IHS espera que a taxa de ocupação das fábricas tenha caído de 70 para 65 por cento.

(Por Andreas Cremer e Norihiko Shirouzu)