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Land Rover vai instalar fábrica no RJ com investimento de R$ 1 bilhão

Conceito DC100 chegou a ser apontado como novo modelo, mas SUV real terá de ser mais encorpado - Murilo Góes/UOL
Conceito DC100 chegou a ser apontado como novo modelo, mas SUV real terá de ser mais encorpado Imagem: Murilo Góes/UOL

<br>Rodrigo Viga Gaier

Do Rio (RJ)

25/11/2013 18h13

A britânica Jaguar Land Rover vai construir sua primeira fábrica de veículos no Brasil em Itatiaia, no interior do Rio de Janeiro, com investimento de cerca de R$ 1 bilhão.

"A chegada da Land Rover vai ser um marco histórico para a cidade", disse nesta segunda-feira (25) à Reuters o prefeito de Itatiaia, Luiz Carlos Ferreira Bastos.

Mais cedo, duas fontes no governo fluminense haviam dito que o anúncio da instalação da unidade ocorrerá em 3 de dezembro. A expectativa é que a fábrica comece a produzir a partir de 2015. "O martelo já foi batido e agora estamos organizando a cerimônia", disse uma das fontes. Outra fonte disse que a capacidade da fábrica da Land Rover deve girar em torno de 30 mil veículos por ano.

A montadora deve se instalar num polo industrial na cidade e a previsão é que sejam gerados de 500 a 700 empregos diretos.

Procurada no Brasil, a Jaguar Land Rover confirmou que está realizando estudo para a instalação de uma unidade fabril no país, mas não comentou sobre valor de investimento e outros detalhes. A empresa é controlada pela indiana Tata Motors.

A decisão da companhia ocorre após as rivais BMW, Audi e Mercedes-Benz decidirem instalar fábricas de veículos de luxo no país diante do novo regime automotivo (Inovar-Auto), em vigor desde o início do ano, que força as montadoras a produzirem localmente para terem direito a cotas de isenção de tributos como o IPI, cálculo que repassado ao preço final do carro pode definir se a marca irá vender muito ou pouco.

De janeiro a outubro, a Land Rover teve vendas de 8.920 veículos no Brasil, atrás das 11.520 unidades da BMW e das 10.510 da Mercedes-Benz, segundo dados da associação de concessionários, Fenabrave.

Itatiaia fica próxima ao polo automotivo de Rezende, onde a Nissan está construindo sua fábrica de veículos compactos e onde a fabricante de ônibus e caminhões MAN, do grupo Volkswagen, e a PSA Peugeot Citroën têm centros produtivos.

INCENTIVOS
As negociações com a Land Rover começaram no começo deste ano e incentivos fiscais foram oferecidos para atrair a fabricante, afirmou a fonte.

"Vamos fazer o que fizemos para Nissan e Peugeot, que é o financiamento do ICMS. Durante a construção da unidade a empresa paga 20% do ICMS e depois, com a produção, paga o valor cheio do ICMS e tem um tempo para pagar o que ficou para trás", disse uma das fontes.

Procurada, a Secretaria de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro não comentou o assunto.

"Ainda não sabemos detalhes da capacidade de produção. Quanto maior a produção maior será o incentivo fiscal que pode durar 25 ou 30 anos", disse o prefeito de Itatiaia.

QUEM VEM
Oficialmente, ainda não há uma definição clara sobre qual os quais modelos devem ser fabricados no Brasil. Nos bastidores, porém, executivos da Land Rover afirmam que não há planos de nacionalizar modelos das gamas mais caras, num primeiro momento. Traduzindo: por mais que estejam bem na foto, neste momento, nem Range Rover Evoque, nem Jaguar XF devem ganhar o rótulo "made in Brazil".

O objetivo seria ter uma linha de produção para modelos ligeiramente mais baratos e acessíveis para aumentar o total de emplacamentos com segurança. Enquanto o Evoque tem preços iniciais na faixa dos R$ 170 mil, o XF 2.0 parte dos R$ 225 mil.

Com isso, os planos envolvem um futuro modelo da entrada da Land Rover, que deve ser o substituto espiritual do utilitário Defender e se posicionaria abaixo do patamar ocupado pelo Freelander 2, que atualmente parte de R$ 150 mil como opção mais conservadora ao Evoque. Ele pode até herdar elementos do conceito DC-100, mostrado nos últimos salões automotivos europeus, mas não será uma transposição direta para as ruas daquele protótipo. De acordo com executivos ouvidos por UOL Carros, o tamanho do DC-100 não é suficiente para agradar ao perfil de consumidores deste segmento e o modelo de rua teria de ser maior e mais versátil.

Na Europa, por exemplo, o modelo deveria concorrer com SUVs médios de grandes fabricantes e, dependendo do mercado, até com picapes médias. A linha Ford Ranger, por exemplo, foi citada nominalmente como exemplo a ser seguido, seja em termos de tamanho e capacidade de carga, quanto em preço (que varia de R$ 60 mil a R$ 120 mil) para o futuro modelo da Land Rover. (Com Redação de UOL Carros)