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Diretor da Nissan credita vendas fracas de elétricos à infraestrutura

  • Divulgação

    Carlos Ghosn, diretor executivo do grupo Renault-Nissan

<br>Yoko Kubota

Em Tóquio (Japão)

20/11/2013 09h29

O diretor executivo da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, culpou a fraca infraestrutura oferecida para recarga das baterias pela baixa popularidade nas vendas globais de veículos elétricos. Segundo ele, é este, e não eventuais problemas técnicos apresentados pelos modelos, o principal fator para que as duas marcas regidas pelo grupo tivessem registrado a comercialização de apenas 120 mil unidades desde que ingressaram nesse segmento, há três anos.

Assim, o dirigente previu que outras montadoras deverão enfrentar obstáculos ainda maiores para lançar carros movidos a células de combustível. As duas próximas da lista devem ser Toyota e Honda, que planejam ingressar no segmento em 2015.

"Francamente, eu não sei como vão fazer isso [ingressar no segmento de elétricos], porque, sabendo de todos os problemas que temos para ter um sistema de abastecimento com energia elétrica, onde está a infraestrutura de hidrogênio?", questionou. "É por isso que adiamos, de certa forma, algumas das nossas ambições em termos de células de combustível", apontou o executivo brasileiro nesta quarta-feira, durante o Salão de Tóquio 2013.

Apesar do cenário desfavorável, Ghosn garantiu não ter se intimidado com os atrasos nas metas de vendas para o segmento. "Se eu lamento o meu investimento em carros elétricos? É claro que não", enfatizou.

De qualquer forma, tanto a Renault quanto a Nissan devem estender em dois ou três anos a meta inicial combinada, que seria vender 1,5 milhão de veículos elétricos até o fim de março de 2017. Por outro lado, a fabricante japonesa avisou que vai elevar nos Estados Unidos a produção do elétrico mais vendido no mundo, o Leaf, já que um corte de preço impulsionou as vendas naquele mercado.