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Imprevistos em aliança GM-Peugeot abrem caminho para chinesa Dongfeng

Laurence Frost<br>Sophie Sassard

Em Paris e Londres

14/10/2013 16h04

Os imprevistos na cooperação entre General Motors e Peugeot após alguns meses de aliança e a posterior recusa de uma fusão apoiada pelo governo deixaram a chinesa Dongfeng como a última esperança da montadora francesa, afirmaram pessoas próximas ao tema.

A GM adquiriu uma fatia de 7% da PSA Peugeot Citroën depois que as fabricantes de automóveis anunciaram o que foi chamado de uma ampla aliança em fevereiro de 2012.

Em oito meses a parceria já teve obstáculos, quando a GM informou que sua parceira chinesa, a SAIC, vetaria planos-chave incluindo carros maiores, disseram as fontes, que não quiseram ser identificadas. "Nunca descobrimos se a GM já sabia disso o tempo todo", disse uma das fontes.

Em junho, a Peugeot ganhou a aprovação do governo francês para uma aliança de reestruturação com a Opel, divisão europeia da GM, mas a fabricante norte-americana recusou, citando a provável sucessão do presidente-executivo Dan Akerson no início de 2015 e questões políticas, disseram fontes. O governo norte-americano ainda detém 7,3% da GM.

A série de imprevistos com a GM forçou o presidente-executivo da Peugeot, Philippe Varin, a olhar para outros lugares em busca de injeção de capital em meio a crescentes preocupações com as finanças da empresa.

As ações da Peugeot caíram 9,1% nesta segunda-feira depois que a Reuters informou que a empresa estava preparando um aumento de capital de 3 bilhões de euros (cerca de R$  8,84 billhões) no qual a Dongfeng e o Estado francês entrariam com a compra de fatias de 20% a 30%.

A iniciativa reduziria a fatia da GM na Peugeot e daria à montadora estatal chinesa acesso à tecnologia de seu parceiro francês, em troca de ajudar a companhia em potenciais novos mercados, de acordo com pessoas próximas às negociações. A Peugeot e a Dongfeng já têm uma joint venture chinesa, a DPCA.