Toyota faz nova pausa na produção; sindicato tenta evitar corte na Honda
A montadora Toyota vai parar sua fábrica no interior de São Paulo por mais um dia nesta sexta-feira (20), para enfrentar a falta de componentes decorrente da crise na cadeia de autopeças do Japão. Enquanto isso, o sindicato que representa os trabalhadores da também japonesa Honda no interior de São Paulo tenta reverter demissões no Brasil, decorrentes da crise.
Toyota e Honda foram afetadas pela crise gerada pelos terremotos e tsunami que devastaram o nordeste do Japão em março. As montadoras, que no Brasil importam parte das peças usadas em seus veículos, estão enfrentando escassez de componentes como transmissões e injeção eletrônica enquanto a indústria japonesa tenta se recuperar do desastre.
A Honda anunciou na quarta-feira (18) que vai demitir 400 funcionários de sua fábrica em Sumaré (SP). Os cortes equivalem a 12% da força de trabalho da unidade. A montadora também vai cortar pela metade a produção a partir de junho, de 600 para 300 veículos por dia, passando a operar apenas com dois turnos, em vez de três.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região afirmou que vai ingressar nesta quinta-feira (19) no Tribunal Regional do Trabalho com pedido de liminar contra as demissões na Honda e recorrerá também ao Ministério Público do Trabalho.
"Estamos recorrendo à Justiça em função das propostas alternativas que temos para evitar as demissões", afirmou o presidente do sindicato, Jair dos Santos, à Reuters. Segundo ele, a montadora está enviando telegramas para os funcionários para comunicar as demissões. O sindicato havia informado no dia 12 que a Honda poderia demitir cerca de 1.200 trabalhadores como consequência da falta de peças, e propôs à montadora redução na jornada de trabalho e férias coletivas.
Na Toyota, que fabrica apenas o sedã Corolla, o plano de redução de ritmo das atividades segue mantido, informou a assessoria de imprensa. A montadora parou sua fábrica em Indaiatuba (SP) em 25 de abril e no dia 6 deste mês e vai paralisar atividades na sexta. A empresa usa no modelo motor, transmissão e alguns componentes eletrônicos fabricados no Japão, informou a assessoria.
Procurada, a associação que representa os fabricantes de autopeças do Brasil, Sindipeças, informou apenas que os problemas no fornecimento "são pontuais" e incluem alguns fabricantes japoneses de componentes.
No Japão, o jornal de negócios Nikkei publicou nesta quinta que a Toyota planeja aumentar o número de dias de trabalho de suas fábricas para compensar a queda na produção causada pelos terremotos de março. Segundo o diário, a empresa planeja adicionar dois dias de produção ao seu esquema mensal de operação. Com isso, o ano de produção da montadora terá dez a 15 dias adicionais -- o que poderá elevar o total de veículos fabricados em 150 mil unidades.
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