Volkswagen 100% brasileiro vira joia no exterior e atrai até astros da TV

A unidade estava bem conservada, mas necessitava de ajustes no motor e retoques estéticos, por exemplo. Segundo o apresentador, com tais consertos seria possível vendê-lo por R$ 200.000.

Com o negócio fechado na capital, o programa levou o SP2 para o Carde — principal museu automotivo do Brasil, em Campos do Jordão (SP). Com ajuda do restaurador Mauro Bergamini, o SP2 recebeu um banho de loja: houve lavagem, aperto de parafusos e correção de vazamentos.

O principal deles foi no motor 1.7 boxer, montado na traseira e refrigerado a ar. O propulsor de 75 cv foi removido e extensamente revisado. Também houve instalação de um módulo eletrônico que altera a curva do motor via Bluetooth e novos carburadores, que elevaram a potência do motor para cerca de 86 cv.

Rolê cultural

Durante a vinda ao Brasil, os apresentadores também aproveitaram para conhecer a história automotiva do país. A visita contou com uma noite junto a um grupo de donos de carros clássicos em São Paulo e até uma visita à casa de José Vicente Novita Martins, o designer do SP2.

Com novos contatos feitos, o apresentador também recorreu a Victor Alves, da Mito Garage, para adquirir novas rodas de magnésio para o carro. O negócio foi salgado, e as quatro rodas saíram por R$ 10.000 e um presente.

A restauração também incluiu novo escapamento, novo filtro de ar e correções de pequenos danos no interior do carro — feita por especialistas do Carde.

No fim do processo, Brewer foi a uma pista de arrancadas no interior do estado, onde disputaram uma corrida contra outro SP2. Após análise de membros do clube do modelo, o apresentador cumpriu a missão primordial: restaurá-lo e revendê-lo com lucro.

Por que tão valioso?

Projetado e vendido exclusivamente no Brasil, o Volkswagen SP2 é um esportivo "raiz" raro, com pouco mais de 10 mil unidades produzidas entre 1972 e 1976.

José Paulo Parra, dono da empresa Circuito de Leilões, conta que, nos últimos últimos anos, os preços dobraram a reboque do interesse de clientes de outros países — principalmente da Alemanha, terra natal da Volkswagen, onde o cupê nunca foi oferecido oficialmente.

"Da mesma forma que a Kombi, o SP2 sempre foi forte no exterior. O real desvalorizado o deixa ainda mais atraente lá fora. É raro, tem visual único e foi fabricado só no Brasil.

"É um carro muito difícil de ser restaurado, pois a carroceria é praticamente uma peça única, com exceção das portas e das tampas dianteira e traseira. Além disso, é complicado encontrar peças originais ou mesmo reproduzi-las, como as faixas laterais refletivas e os borrachões nos para-choques", completa.