Bobeou, perdeu: o que faz sua moto ser apreendida sem dó em uma blitz

Para o pizzaiolo David Silva a visão de uma blitz traz más recordações. Mesmo acompanhado da esposa — grávida de sete meses —, teve sua Honda CG 150 2011 apreendida e guinchada para o pátio da rodovia Castello Branco, que liga a cidade de São Paulo ao Oeste do Estado. O motivo? Estar com o pneu dianteiro desgastado além do limite permitido.

"O que revolta é que estava vindo da consulta e com minha mulher grávida, e lá [no pátio] só tinha moto de trabalhador", lembrou Silva.

Essa história confunde-se com a de milhares de paulistanos que têm seus veículos apreendidos. Prova disso está no pátio da Barra Funda, na zona Oeste da capital. Lá estão milhares de motos, e a cada dia os guinchos trazem mais veículos irregulares. A cena se repete em outros locais da cidade.

Mas os motivos mais comuns que levam à apreensão não são arbitrários e quase sempre estão ligados à documentação irregular — o principal é o atraso no licenciamento, seguido pela falta da carteira de habilitação (CNH com categoria "A").

Não corra o risco

Não faltam motivos para manter a documentação e a moto em dia. Além do risco à vida e segurança pessoal (no caso de quem roda com equipamentos fora de ordem), a remoção para o pátio representa uma grande dor de cabeça e dinheiro jogado fora.

No caso do pizzaiolo, ele poderia ter comprado dois pneus para sua Honda CG e ainda ter feito uma boa revisão com o dinheiro gasto para recuperar a moto. Fazendo as contas, correr o risco nunca vale a pena.

Existem outros motivos que podem levar a moto para o pátio de apreensões. O estado de conservação geral da motocicleta é um deles. Muitas vezes, a documentação está regularizada, mas o pneu gasto demais será o bastante para sua moto "andar na prancha". Para tirar qualquer dúvida veja a indicação chamada T.W.I., que mostra se está na hora de trocá-lo.

Além dos pneus, outras falhas do equipamento também podem condenar a moto, caso de lâmpadas queimadas e a ausência de retrovisor.

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A Polícia Militar do Estado de São Paulo está intensificando, ainda, a fiscalização dos veículos de duas rodas para avaliar com mais atenção equipamentos vencidos ou fora das especificações. Também são verificados o estado de placas, do lacre e também a possibilidade de adulteração de numeração de chassis ou do motor, como forma de evitar assaltos. Qualquer irregularidade ocasiona a apreensão da moto.

É incomum, mas te deixa a pé

Há ainda motivos curiosos que podem levar à apreensão da moto. Um alarme sonoro que quebre o sossego público é motivo para guinchar a moto. O mesmo pode ser dito do escapamento esportivo. Embora os fabricantes do equipamento afirmem — e até apresentem laudos atestando — que tais equipamentos obedecem à legislação, algumas ponteiras podem causar problemas em blitze, já que algumas autoridades interpretam de forma diferente, dependendo da região.

A multa é de R$ 195,23, com cinco pontos na CNH, nestes casos. E o agente de trânsito pode pedir a substituição do equipamento no próprio local ou apenas reter o documento até que a moto tenha o escapamento ou alarme substituído.

Outro motivo para ter a moto apreendida é o exibicionismo. Manobras como empinar a roda dianteira ou fazer o RL (levantar a traseira em frenagens bruscas) e cavalo de pau podem levar a moto ao pátio.

Na lama ou no pátio?

As motos destinadas à prática de esportes off-road também correm risco de ir para o pátio, se não andarem na trilha. A maioria não usa placa, farol, setas e retrovisores e por isso não podem circular em vias públicas. Porém, muitos pilotos acabam rodando em estradas secundárias de asfalto ou de terra para chegar até a trilha. Nesse caso a motocicleta também pode ser guinchada.

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Quem pratica esse esporte tem de se programar para percorrer somente trilhas ou áreas particulares. Nada de rodar pela cidade ou trechos rurais públicos.

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