Como cuidados com a bateria fazem seu carro eletrificado rodar ainda mais
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Com a propagação de carros elétricos e híbridos no Brasil nos últimos anos, entender como prolongar a vida útil da bateria pode ser um diferencial para desmistificar a suposta complexidade do assunto, melhorar o convívio com o veículo no dia a dia e, de quebra, não ter surpresas que podem mexer com seu bolso.
Assim como cuidamos da saúde de nossos eletrônicos, a bateria de modelos eletrificados também se beneficia de hábitos e práticas que podem fazer uma grande diferença em sua longevidade.
Para Clemente Gauer, membro do Conselho Diretor e Coordenador do Grupo de Trabalho de Segurança da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a primeira dica é evitar deixar a bateria em extremos.
"Sempre que possível, procure não manter o carro estacionado com um nível de carga próximo de 0% ou de 100%", aponta. "Use a faixa de 20% a 80% para o dia a dia", completa.
Muitos especialistas acreditam que, mantendo a bateria entre 20% e 80% no uso rotineiro, pode-se dobrar a vida útil do acumulador e, consequentemente, rodar mais. Isso porque este intervalo é considerado uma 'faixa de conforto' para a bateria.
Estas peças tecnológicas também não gostam dos extremos de clima. Com toda tecnologia embarcada e os sistemas de gerenciamento, os carros fazem a bateria operar na temperatura perto da ideal. Porém, dias demasiadamente quentes ou muito frios podem contribuir para uma degradação mais rápida do componente. Ligar o carro 15 a 20 minutos antes de efetivamente sair rodando pode ser uma boa prática para condicionar a bateria a trabalhar no parâmetro mais adequado.
A hora da recarga também é muito importante para ter alguns cuidados, diz Gauer. "Use o carregador certo. Cada carro elétrico tem o seu próprio tipo de carregador, use apenas o indicado pelo fabricante", alerta.
Uso de cabos e carregadores fora das especificações corretas pode comprometer a vida útil da bateria no médio e longo prazo. Outro ponto de atenção é com as recargas rápidas ou ultrarrápidas, de corrente contínua (DC). Apesar da maior praticidade e menos demora, cargas muito frequentes neste tipo de estação podem prejudicar a bateria, já que podem gerar mais calor.
E existe até uma recomendação: uma carga lenta a cada quatro ou cinco cargas rápidas para não deteriorar a capacidade de armazenamento de energia.
Vai deixar o carro parado?
Tudo o que não é usado tende a deteriorar com o tempo, incluindo combustíveis. No caso das baterias, a deterioração ocorre em situações extremas. Se o carro ficar parado por longos períodos e com a bateria repetidamente descarregada, esse movimento pode causar a sua sulfatação ou a sua autodescarga.
Em uma viagem muito longa (de alguns meses), por exemplo, o ideal é manter a carga em cerca de 60%. Outra recomendação básica está ligada ao estilo de dirigir. Evite acelerações bruscas e freadas fortes podem gerar picos de corrente que podem danificar a bateria.
Gauer, da ABVE, diz que, com tecnologia atual, estima-se que uma bateria de veículo elétrico dure cerca de 16 anos ou mais de meio milhão de quilômetros, embora possa haver alguma perda de autonomia — em torno de até 20% — ao final desse período. E dá uma última dica importante, pois existem diversos veículos eletrificados de inúmeras marcas, com tecnologias diferentes e também composição química diferente, sendo as mais comuns de lítio ferro fosfato (LFP) ou níquel manganês cobalto (NMC).
"Cada montadora tem recomendações específicas quanto a carregamento e eventuais cuidados. Respeitar essas orientações ajuda a garantir a longevidade da bateria", finaliza.
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