Peugeot 2008 recebe apenas uma estrela em crash test do Latin NCAP

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O novo Peugeot 2008 vendido no Brasil recebeu uma estrela (de cinco) na principal avaliação de segurança veicular da América Latina. O Latin NCAP — sigla para Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe — criticou o SUV, descontando pontos por "falta de proteção lateral para a cabeça nas fileiras dianteira e traseira" como equipamento padrão.
Também houve críticas à estabilidade estrutural do SUV compacto e à oferta limitada de alguns itens de segurança, disponíveis apenas em versões mais caras.

O resultado do crash test é válido apenas para as versões do Peugeot 2008 a combustão, fabricado na Argentina e com preços entre R$ 143.990 e R$ 173.990. O E-2008, elétrico, é importado da Europa e não foi incluído por conta das diferenças no seu projeto.
A Peugeot contestou os critérios do relatório final, divulgado nessa quinta-feira (5). A marca também reforçou seu compromisso com a segurança veicular e afirmou estar de acordo com padrões internacionais do setor.
Problemas em colisões laterais
A maior penalização do Peugeot 2008 se deu pelo fato dois itens de proteção contra impactos laterais não serem equipamentos instalados por padrão no veículo.

Devido a isso, diz o Latin NCAP, não foi possível realizar testes que simulam impactos em postes e árvores. A pontuação zerada no quesito derrubou a nota do modelo que, no quesito de proteção a ocupantes adultos, atingiu apenas 42% do resultado máximo.
Segundo o órgão, a proteção contra impacto lateral em poste evita que, em colisões laterais, o obstáculo cause lesões graves na cabeça do ocupante. "Esses acidentes são graves e a frequência de mortes ou lesões graves é muito elevada", diz.

Outros descontos
Entre outras conclusões, o relatório classificou a estrutura do carro como "instável e incapaz de suportar cargas maiores" no impacto frontal.
A deformação da carroceria do 2008 exerceu desaceleração classificada como "excessiva" nos bonecos de teste. Além disso, a frenagem autônoma de emergência foi penalizada por ser exclusiva de versões mais caras.
Também avaliou-se a proteção para bebês e crianças no banco dianteiro, que gera polêmica no Brasil. Isso porque, na visão de diferentes executivos da indústria, a avaliação é injusta, já que menores de dez anos não podem viajar na primeira fileira, salvo exceções.
Críticas duras
O comunicado de imprensa do Latin NCAP destaca que nenhum dos nove carros da Stellantis avaliados desde 2020 — quando o atual protocolo de testes entrou em vigor — recebeu mais do que duas estrelas.
É como se as vidas na América Latina e no Caribe não importassem tanto quanto as da Europa Alejandro Furas, secretário-geral do Latin NCAP
Como nos ensaios anteriores, os executivos do órgão fizeram críticas duras ao conglomerado automotivo, que ainda inclui marcas como Fiat, Jeep, Ram e Citroën.
O presidente do Conselho de Administração do Latin NCAP chamou o resultado de inaceitável. Segundo Stephan Brodziak, a nota da Stellantis é fruto de "uma decisão empresarial que prioriza a redução de custos em detrimento de vidas humanas".
O secretário-geral, Alejandro Furas, se disse "decepcionado" e espera que os futuros testes apresentem resultados melhores.
Peugeot se defende
Em nota ao UOL Carros, a Stellantis reforçou o compromisso com a segurança veicular. A empresa afirmou que seus modelos comercializados "atendem a todas as regulamentações vigentes, bem como protocolos internacionais", com a devida homologação.
A segurança de um carro é um conjunto pensado desde o início do desenvolvimento, e vai muito além da oferta individual de itens de segurança ativa e passiva. Vale destacar que o veículo está disponível em diferentes versões e níveis de equipamentos
A Stellantis também frisou que "não financia nem patrocina" as avaliações realizadas pelo Latin NCAP.
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