Influencer do caso do Jeep Compass é preso em operação da PF contra tráfico
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Há poucos dias, o empresário e influenciador Rodrigo Morgado ganhou notoriedade após uma ex-funcionária denunciar irregularidades envolvendo o Jeep Compass que havia ganhado na sua empresa, a Quadri Contabilidade.
Ontem (29), Morgado foi preso pela Polícia Federal. O motivo, entretanto, não tem a ver com o carro, mas com porte ilegal de arma e suposto envolvimento com o tráfico internacional de drogas.
Morgado foi um dos 23 presos na operação Narco Vela, comandada pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal. Seu objetivo é encontrar os responsáveis por uma nova rota da droga no litoral brasileiro, que usa barcos à vela para levar os entorpecentes até águas internacionais.
Nesses locais, a cocaína, principalmente, era transferida para outras embarcações, seguindo para portos da África e Europa, diz a PF. Durante a terça-feira (28), foram executados 35 pedidos de prisão e 62 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Santa Catarina.
Relembre o caso do Jeep Compass
Larissa Amaral da Silva trabalhava na empresa de Rodrigo Morgado, em Santos (SP). Em dezembro do ano passado, a auxiliar contábil de 25 anos ganhou um Jeep Compass seminovo em um sorteio interno da Quadri Contabilidade.

Larissa afirma ter gastado cerca de R$ 10 mil em manutenção do utilitário. Quando procurou os chefes para informar a situação, também descobriu que a posse do carro era condicionada a metas trimestrais e a um período de carência de 12 meses.
O problema levou à demissão da mulher, que, nas redes sociais, ainda revelou ter descoberto que o Compass era "sinistrado". Agora, ela recorre à Justiça Trabalhista.
O relato veio à tona na semana passada e ganhou ainda mais propagação pelo fato de Rodrigo Morgado ter 45 mil seguidores no Instagram. Lá, são compartilhadas lições de sucesso, análises de negócios e mensagens de fé cristã.
Prisão de Morgado
Segundo a Polícia Federal à reportagem, Rodrigo Morgado foi alvo, inicialmente, de um mandado de busca e apreensão na última terça-feira. O objetivo era investigar se ele vem utilizando sua contabilidade como parte de um esquema de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico internacional de drogas.
Em endereços no litoral e interior do estado, a PF apreendeu uma Ferrari 296 GTB, avaliada em mais de R$ 3 milhões e um Lamborghini Urus, da mesma faixa de preço. Outros bens não detalhados também estão sob posse dos policiais.
Rodrigo Morgado foi preso, entretanto, por porte ilegal de arma. A prisão ocorreu em São Paulo (SP), após a arma ter sido encontrada em outro veículo do empresário, disse a PF ao UOL Carros.

Operação Narco Vela
Segundo o MPF, a investigação que deu origem à operação Narco Vela começou em 2023, quando a Marinha dos Estados Unidos apreendeu um veleiro brasileiro perto da costa africana.
A embarcação carregava três toneladas de cocaína, e as autoridades brasileiras foram comunicadas do incidente. Nos meses seguintes, agentes da Espanha e da França também relataram coisa semelhante aos brasileiros. Mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares do estado de São Paulo participaram da ação, com maior concentração em Santos e cidades do Litoral Norte.

A defesa de Rodrigo Morgado não retornou o contato do UOL Carros. Em nota anterior, seus advogados negaram irregularidades no incidente do Jeep Compass, afirmando que as regras do sorteio eram claras e que Larissa teve a opção de devolver o carro. A defesa também disse que a ex-funcionária omitiu detalhes importantes da história, sem especificá-los.
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