Proteção ou problema: rastreadores podem fazer seu carro te deixar na mão?

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Consumidores insatisfeitos têm reclamado nas redes sociais sobre problemas causados pelos rastreadores instalados em seus carros. As histórias são sempre parecidas: o veículo tem repetidas quedas na bateria e, no fim das contas, um mecânico descobre que a proteção veicular é a culpada.
UOL Carros entrevistou um especialista no assunto para entender melhor o problema, e a explicação é que o aparelho, por si só, não tem condições de consumir a bateria de um carro, mas isso não significa que os clientes estão mentindo.
O engenheiro Mithermayer Menabo, mentor de Conectividade da SAE Brasil, explica que, em geral, o uso de um rastreador veicular não deve afetar significativamente a bateria do carro se for instalado corretamente e funcionar adequadamente. Isso porque o equipamento tem um consumo de energia relativamente baixo, comparável a uma lâmpada interna.
"Para manter funcionando rádio, relógio, lâmpadas e acessórios como o rastreador quando está desligado, o veículo tem um corrente de stand by abastecida pela bateria. Normalmente, os fabricantes fazem um cálculo para que todos esses equipamentos - quando nativos - só façam a bateria do carro, de fato, cair, se ficarem ligados, ininterruptamente, por 30 dias. Ou seja: se alguém esquecer a luz acesa e viajar por um mês. É importante lembrar que se, nesse período, o veículo for ligado, a bateria stand by é recarregada pelo alternador", explica o especialista.
Segundo o engenheiro da SAE, mesmo sendo um equipamento extra, para o qual o sistema do carro não foi preparado, o rastreador só impactaria no consumo da bateria se o veículo ficasse parado por, no mínimo, 15 dias sem acionamento do motor.
"Se a bateria não estiver no fim da vida útil e o rastreador for instalado corretamente, não há problema algum em usar o equipamento. Pelo contrário, só traz vantagens, como a possibilidade de baixar o custo do seguro", esclarece.
Então por que a bateria baixa?
É muito simples descobrir qual aparelho está consumindo mais energia do veículo com ajuda de um especialista. Na maior parte dos casos relatados nas redes sociais, o mecânico aponta o rastreador como culpado. Afinal, o que está acontecendo?
A explicação é simples: se o rastreador for mal instalado ou houver algum problema de fiação, pode ocorrer um dreno excessivo da bateria. Além disso, se o equipamento estiver constantemente enviando sinais ou transmitindo dados, isso pode consumir mais energia. Enquanto alguns equipamentos enviam informações sobre a localização do carro parado a cada hora, outros, enviam a cada segundo ou minuto, um gasto de energia muito maior.
Alguns erros comuns na instalação de um rastreador veicular que podem levar a um consumo excessivo de bateria incluem:
Má conexão elétrica: se os fios do rastreador não estiverem conectados corretamente aos pontos de energia do veículo, isso pode resultar em um consumo de energia maior. Por exemplo, se houver um fio conectado diretamente à bateria do carro que não esteja isolado corretamente, pode ocorrer um curto-circuito e um dreno rápido da bateria.
Fiação incorreta: é importante seguir corretamente as instruções de instalação fornecidas pelo fabricante do rastreador. Se a fiação for feita de forma incorreta, como ligar o rastreador a um circuito de alimentação que não é projetado para isso, pode haver um consumo de energia anormal.
Consumo excessivo em modo de espera: alguns rastreadores possuem um modo de espera ou um modo de economia de energia para reduzir o consumo quando o veículo está desligado. Se esse modo não estiver configurado corretamente ou se o rastreador não entrar em modo de espera quando deveria, ele pode continuar consumindo energia mesmo quando o veículo está parado.
Atualização de dados em alta frequência: se o rastreador estiver configurado para atualizar frequentemente os dados de localização ou transmitir informações constantemente, isso pode aumentar o consumo de energia. É importante configurar as opções de atualização de dados de acordo com suas necessidades, evitando atualizações excessivas e desnecessárias.
*Com informações de matéria publicada em 05/06/2023
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