Hashima: 'ilha fantasma' já habitada pela Mitsubishi traz passado sombrio

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Com a aparência de um navio, a ilha de Hashima era habitada 50 anos atrás por trabalhadores que atuavam na mineração de carvão para a Mitsubishi - que apesar de ser uma marca automotiva, também atua na área industrial. As instalações abandonadas mostram um labirinto humano no meio do mar.
O que aconteceu
O local, acessível por barco a partir da cidade japonesa de Nagasaki, atraiu a atenção das empresas durante a revolução industrial do Japão. Empresas começaram a minerar carvão no local, no entanto as condições climáticas extremas as quais a ilha era exposta os forçaram a encerrar as operações. A Mitsubishi adquiriu a ilha em 1890.
O projeto do escocês Thomas Blake Glover tornaria a mineração lucrativa no local. Até 1931, a ilha foi ampliada. Instalações foram construídas para abrigar mineiros e outros trabalhadores, fornecendo também conforto para suas famílias.

A ilha tinha hospital, escola, locais de culto e até mesmo cassino. Porém, não foi possível estender a ilha no mesmo ritmo que suas estruturas estavam sendo erguidas, com quilômetros de túneis no subsolo que ligavam diferentes partes.
A cidade fabricada tinha diversos problemas, já que o ar do mar criava 95% de umidade, e os vapores de carvão eram bombeados para o ar o tempo todo.
Assim, com calor extremo, o pó de carvão grudava na pele dos moradores graças à umidade ao mesmo tempo em que atacava os sistemas respiratórios deles - que compunham na época a maior densidade populacional do mundo. Para conviver com isso, os trabalhadores ganhavam salários comparáveis aos executivos de Tóquio.

O local tem algumas características. O enorme edifício aumentado ao longo dos anos, o pátio da escola e a escadaria para alcançar o ponto mais alto da ilha, apelidada pelos moradores de "escada para o inferno".
Durante a Segunda Guerra Mundial, o local foi usado como área de confinamento e trabalho forçado, com sul-coreanos e chineses mantidos em cativeiro na ilha e forçados a realizar as tarefas mais perigosas que faziam parte da operação. O Japão nunca reconheceu suas ações no local, o que traz até hoje questões diplomáticas com ambos os países.
A ilha teve seu fim quando a demanda por carvão diminuiu e quando os mais acessíveis se esgotavam. Em 20 de abril de 1974, a Mitsubishi fechou suas usinas de carvão e a ilha. Assim, o local foi abandonado de vez.
A ilha foi da Mitsubishi até 2001, quando a empresa doou o local para a cidade de Takashima, que se fundiu com Nagasaki em 2005.
Atualmente, a ilha recebe turistas pelas imagens e sua história. É possível também andar pelo local virtualmente pelo Google Maps.
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