Tempo de recarga: entenda diferentes carregadores para carros eletrificados
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A diversidade de carregadores disponíveis para carros elétricos e híbridos - incluindo modelos de emergência, portáteis, wallboxes e pontos de carga rápida - representa uma solução importante para superar as dificuldades de infraestrutura que muitos enfrentam ao adotar a eletromobilidade no Brasil.
Seja no dia a dia ou em viagens longas por este país com dimensões continentais, as opções de carregamento são variadas: desde a tomada doméstica, passando por itens que podem ajudar em uma situação de falta de energia até eletropostos que carregam o veículo em questão de minutos.
UOL Carros agora explora estes principais tipos de carregadores, destacando suas vantagens, particularidades e, principalmente, os tempos de recarga. Confira:
Carregador de emergência
Este é o mais básico de todos e, geralmente, acompanha a compra do carro elétrico. Trata-se de um carregador pequeno, leve e portátil, que fica guardado no porta-malas e é muito fácil de carregar. E é a conexão do carro com tomadas comuns, domésticas, de 8 e 10 ampères, seja em tensões de 110V ou 220V.
Com potência de 1 kW ou, no máximo, 2 kW, estes carregadores podem fazer a recarga completa demorar entre 20 horas e mais de 40h, dependendo do tamanho da bateria do veículo. São carregadores de baixa potência e, como o próprio nome diz, são ideais para cargas em locais que não tem a devida estrutura de carregamento ou para motoristas que ficaram sem alternativas e com a bateria perto do fim.
A limitação da corrente máxima em 8 ou 10 A pelas montadoras visa a segurança no carregamento de baterias. Ao utilizar tomadas residenciais, que suportam esse limite, elimina-se o risco de uso inadequado que poderia levar a sobreaquecimento e incêndios.
Carregador portátil
Os carregadores portáteis têm a mesma pegada dos de emergência. A diferença principal, no entanto, está na potência de carregamento, que pode variar de 3,7 kW, 7 kW, 11 kW e chegar até 22 kW. Na mais alta, resultaria em uma recarga de cerca de duas horas para encher uma bateria de 40 kWh, por exemplo. É uma espécie de wallbox (que falaremos a seguir) móvel. De corrente alternada (AC), os portáteis simples atuam em tensões 110V e 220V. Já os mais fortes operam em 220V e 380V.
Normalmente, os carregadores portáteis com potência até 3,5 kW (16 A e 220V) são compatíveis com tomadas residenciais. Porém, empresas especializadas não recomendam ir além disso em plugues domésticos devido ao risco de sobrecarga da rede e ocorrência de incêndios.
Já os de maior potência operam na tensão suportam até 32A e aí já necessitam de uma tomada especial, como as industriais. Em sistemas trifásicos, esses carregadores aumentam em até dez vezes a potência de carregamento, o que resulta em uma redução drástica no tempo necessário para recarregar as baterias dos veículos elétricos.
Vale explicar que corrente mais alta significa uma maior quantidade de energia transferida para a bateria por unidade de tempo, o que resulta em um carregamento mais rápido.
Este tipo de carregador é usado, normalmente, por aqueles que por alguma razão não têm a infraestrutura elétrica de ter um carregador fixo em casa, no prédio (por proibição do condomínio ou outro motivo) e até mesmo no trabalho. Por outro lado, eles dão flexibilidade de carregar o veículo com uma certa ligeireza em diversos locais - desde que tenha a estrutura adequada.
Wallbox
Este tipo talvez seja o mais difundido e essencial de todos. Como cerca de 80% das recargas de carros eletrificados no Brasil são residenciais, é o chamado wallbox que as fabricantes incluem (ou até mesmo dão de 'graça') na compra de um carro elétrico para o proprietário instalar em casa ou no seu local de trabalho.
Algumas marcas, inclusive, contam com empresas homologadas que fazem a instalação de acordo com todos os padrões técnicos exigidos. Em shoppings, supermercados, hotéis, estacionamentos privados ou parques, é um wallbox que também está lá.
Eles têm o mesmo princípio dos carregadores portáteis mais avançados, porém há algumas vantagens, especialmente, na segurança. A instalação requer uma avaliação prévia e, se for necessário, uma adequação da rede elétrica para garantir o funcionamento perfeito, e evitar sobrecargas e riscos de incêndio. Estas 'caixas de carregamento', por sua vez, trazem dispositivos de proteção contra sobrecorrente, subtensão, sobretensão, fuga de corrente e superaquecimento. Protegem assim, o veículo e o local de recarga.
Geralmente os wallbox têm 7 kW, 11 kW ou 22 kW. Ou seja, dá para carregar o carro durante à noite enquanto todos estão dormindo, pois uma bateria de 40 kWh, por exemplo, pode demorar 6 horas, 4h ou apenas 2h, respectivamente.
Carregador de recarga rápidas
Mais raros, os carregadores rápidos e ultra rápidos usam ambas correntes. Em corrente alternada, a estação pode fornecer uma potência de 40 kW, 50 kW ou 60 kW. Já em corrente contínua pode chegar até mesmo em 350 kW (estes com menos de cinco pontos no país).
Mas vale ressaltar que pouquíssimos veículos têm a capacidade de aceitar tamanha potência porque é necessária uma série de proteções e um sistema complexo de gerenciamento desta energia para as baterias. Consequentemente o preço do carro tende a ser maior. E existe até uma recomendação: uma carga lenta a cada 4 ou 5 cargas rápidas para não deteriorar a capacidade da bateria.
Contudo, a recarga de um carro pode levar apenas minutos ou parcas horas (dependendo do tamanho da bateria, mais uma vez) em eletropostos deste tipo. É o ideal para rodovias onde se aproxima do tempo de abastecimento de um carro a gasolina, por exemplo.
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