Moto dedo-duro: como funciona a nova 'arma' para vigiar motoristas em SP

Já faz meia década que os paulistanos encontram, diariamente, os carros 'dedo-duro' da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) circulando pela cidade, a fim de fiscalizar o sistema de Zona Azul. Há alguns meses, porém, a fiscalização está ocorrendo de forma mais discreta, graças ao uso de motos.

Os flagras das motocicletas da CET repletas de câmeras ocorrem desde o mês passado e circulam nas redes sociais. Elas mostram os veículos equipados de modo semelhante aos carros da entidade: usando câmeras que são conectadas a um computador capaz de ler números e letras das placas de sinalização e dos veículos flagrados.

No caso do equipamento instalado em carros, normalmente as imagens são cruzadas em tempo real com o sistema da Estapar — empresa que gerencia a Zona Azul em São Paulo. Caso o veículo parado não tenha pagado pelo tíquete de estacionamento virtual, o agente de trânsito que vê as fotos lavra uma infração grave, com 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa de R$ 195,23.

Carros da CET equipados com câmeras são bem conhecidos pelos paulistanos
Carros da CET equipados com câmeras são bem conhecidos pelos paulistanos Imagem: Rivaldo Gomes/Folhapress

Falta identificação

Ainda que as motos 'dedo-duro' tragam a combinação de amarelo e branco típica das viaturas da CET, não há qualquer identificação do operador desses veículos. Em um dos registros, o condutor também não está trajado com o típico uniforme marrom dos agentes de trânsito, mas utilizando calças jeans e um colete em que, discretamente, se lê "Zona Azul Digital".

Em resposta a UOL Carros, a Estapar confirmou que vem utilizando duas motocicletas, "equipadas com dispositivos de captação de imagens e outras funcionalidades tecnológicas, a exemplo do que já ocorre com os carros de fiscalização". Segundo a nota, a ideia é usá-las em reforço ao objetivo principal da Zona Azul, que é de "garantir a disponibilidade de vagas aos usuários e ampliar a eficiência na prestação do serviço".

A empresa frisou, ainda, que o investimento para a realização dos testes é inteiramente próprio, como previsto no contrato.

Operador das motos circula praticamente sem identificação
Operador das motos circula praticamente sem identificação Imagem: Reprodução
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Em relação ao uso das motos para multar, a Estapar informou que, ao menos por enquanto, elas servem apenas para "acompanhar em tempo real as condições da sinalização horizontal e vertical das vagas de Zona Azul". Na prática, afirma a assessoria, significa que as câmeras servem para conferir se placas, marcações e outras sinalizações de estacionamento estão corretamente visíveis ou posicionadas, por exemplo.

Quanto ao caráter experimental da ideia, a Estapar diz que a implementação das motocicletas de maneira permanente dependerá da análise de resultados junto à Prefeitura de São Paulo. "Ainda não há prazo para finalização desse trabalho", completou.

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