Caveirão do crime: carro achado no RJ usa técnica de gângsters dos anos 30

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro se surpreendeu com uma espécie de 'caveirão do crime', apreendido no início do mês em operação no Complexo da Maré. O carro usado pelos traficantes trazia blindagem pesada, mas recorreu a uma solução à moda antiga para se tornar mais letal.
A BMW X1 2010 preta trazia ao menos sete buracos pelos quais era possível encaixar um fuzil, permitindo, segundo os policiais, contra-atacar tanto as autoridades quanto os bandidos rivais.
?? VEJA: CARRO BLINDADO DE BANDIDOS DO RIO DE JANEIRO
-- Blitz RJ Oficial (@blitzRJoficial) 6 de fevereiro de 2025
? 06/02/2025
Carro blindado que era usado por narcoterroristas do complexo de favelas da maré, zona norte do Rio, foi apreendido pela polícia na manhã desta quinta-feira pic.twitter.com/pycaTXAwed
Há furos no para-brisa, nas janelas laterais e no vidro traseiro. O recorte exibe as diferentes camadas de blindagem, que se assemelha ao nível III-A, que garante proteção contra qualquer arma de mão, praticamente.
A apreensão ocorreu durante uma nova fase da Operação Torniquete, que busca desmantelar uma quadrilha envolvida no roubo de cargas. Estima-se que os criminosos estão presentes em cinco estados, também cuidando de vender o produto roubado e lavar o dinheiro da atividade criminosa.

A técnica insólita, porém, é antiga. Nos anos 1930, os gângsters dos Estados Unidos já recorriam aos buracos na blindagem, como mostra um Cadillac adaptado pelo crime e hoje exposto em um museu no estado de Indiana.
O veículo pertenceu, supostamente, a Raymond 'Cadillac' Smith, que ganhou tal apelido justamente por sua predileção pela marca. Na época, a blindagem era feita de maneira artesanal, através de propinas oferecidas a oficinas que faziam carros para autoridades.

Proteção prejudicada
Além dos buracos oferecerem alvos sem proteção alguma aos ocupantes, eles também comprometem a eficácia da blindagem como um todo, explicam os manuais Instituto Nacional de Justiça dos Estados Unidos.

Como o vidro blindado é formado por um "sanduíche" de vidro e plástico policarbonato, a borda dos furos acaba concentrando a tensão do impacto da bala. A partir disso, a tendência é o surgimento de trincas, que separam as camadas feitas para agirem "solidariamente" na dissipação da energia.
A exposição do "recheio" do vidro também contribui para tal. Desse modo, o calor e as vibrações contribuem para que as camadas fiquem cada vez menos coladas, afetando o princípio básico do vidro blindado, diz o órgão especializado em ciência forense.
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