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Como epidemia de roubos de cabos deve mudar semáforos no Brasil

Por trás de transtornos como o 'apagão' de semáforos e a interrupção de serviços como fornecimento de energia elétrica, telefonia e transporte ferroviário está a disparada nos casos de furtos de cabos de cobre. O problema está afetando metrópoles em todo o Brasil, incluindo São Paulo, a maior delas.

O que aconteceu

CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), vinculada à Prefeitura da capital paulista, informa que tem registrado quase 20 chamados por dia referentes a vandalismo para furto de cabos de semáforos. A instalação de novos cabos, acrescenta, consome mais de 12 horas de trabalho.

Foram registrados 2.018 casos de furto de cabos entre janeiro a março deste ano, que exigiram a reinstalação de 211,3 km de fiação. O volume é quase o dobro daquele verificado nos três últimos meses de 2022, quando foram furtados 115,1 km de fiação.

Interesse dos criminosos pelos cabos tem uma razão: o preço do cobre, material usado para confeccionar a fiação e componentes eletroeletrônicos em geral, teve expressivo aumento desde o início da pandemia e, especialmente, após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Para se ter uma ideia, os valores cobrados pelo metal mais do que quintuplicaram desde o início de 2020.

Furtos servem para abastecer desmanches e todo o mercado ilegal desse material. A situação é tão alarmante que diversas prefeituras estão trocando os fios de cobre da rede elétrica por cabos de alumínio - menos eficientes na condução de eletricidade, porém significativamente mais baratos.

No caso específico da capital paulista, a CET acrescenta que a Ilumina SP, concessionária responsável pela manutenção dos semáforos da cidade, estuda alternativas ao fio de cobre e esclarece que o custo das reposições em razão de furtos não gera custos adicionais à administração municipal.

O mesmo tem acontecido no Rio Grande do Sul, para citar mais um exemplo dessa mudança. Reportagem da Rádio Gaúcha informa que a CEE Equatorial, concessionária local de energia elétrica, substituiu no ano passado cerca de 150 km de cabos de cobre por fios de alumínio apenas no Litoral do Estado.

CPI investiga onda de furtos

A situação é tão preocupante que a Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou em abril a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a onda de furtos de fios e cabos na cidade.

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A comissão busca soluções para conter essa epidemia criminosa, com as colaborações de órgãos como a própria CET e o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), da Polícia Civil.

Segundo o vereador Coronel Salles (PSD), relator da comissão, a CPI também irá analisar o caminho que o material furtado percorre, a fim de propor alteração na legislação relativa ao comércio de fios e cabos de cobre.

Ação da polícia

Questionada por UOL Carros, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo) informa que ações da Polícia Civil em ferros-velhos contra a receptação de fios de cobre já resultaram na prisão de 20 criminosos a na apreensão de 16.179 quilos do material em 2023.

Já o Deic diz que prendeu três homens por furto qualificado enquanto eles invadiam uma galeria subterrânea para levar duas toneladas de cabos telefônicos, no último dia 28, na Praça Silva Mafra, na Freguesia do Ó, na Zona Norte da Capital.

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