Pulse turbo repete falha que pode detonar motor e dar grande prejuízo
UOL Carros já noticiou que a Fiat e a Jeep emitiram um comunicado para sua rede de concessionários autorizando a troca da bomba de óleo de carros com o motor 1.3 turbo T270, que equipa os modelos Toro, Renegade, Compass e Commander. O principal sintoma do problema era o baixo nível de óleo do motor, mesmo com pouca quilometragem rodada.
Mesmo sem fazer um chamamento oficial para recall, a marca realizava serviços sem custo nas concessionárias para solucionar o problema. Agora, são os donos de Pulse equipados com o motor 1.0 turbo que reclamam do baixo nível de óleo.
Em alguns casos, ao chegar na concessionária, os profissionais informam que é algo normal e cobram até R$ 400 para completar o fluido, em outros, abrem um chamado de serviço e fazem tudo dentro da garantia.
No grupo do Facebook "Fiat Pulse Club" há inúmeros relatos sobre a falha. Com a repercussão dentro do próprio grupo, cada vez mais proprietários passaram a conferir o nível do óleo e perceber que estava baixo, antes que a luz indicativa - que sinaliza um nível crítico - aparecesse.
Henrique Farina foi um deles: "de tanto ver posts falando sobre óleo do motor, resolvi olhar o meu - que estava com 4.500 km rodados. Resultado: o nível estava baixíssimo", conta.
Farina chegou a ter medo de o óleo acabar no caminho entre sua casa e a concessionária, uma distância de 40 km. Ao chegar na oficina, a equipe completou o óleo do motor e lacrou o compartimento.
"Voltei um mês depois, mas não pude acompanhar o procedimento, tive um compromisso. Não sei o que eles fizeram lá, mas disseram que o nível do óleo não baixou mais. Não tenho certeza, porque não pude ver, mas a Fiat assumiu todo o custo", relata o proprietário.
Leandro Martinelli passou por uma situação parecida, mas teve que pagar pelo serviço. "O meu Pulse estava com 5.000 km rodados e estava seco, sem nada de óleo no motor. Levei na concessionária e disseram que estava na hora de trocar o óleo, e que era normal acontecer com essa quilometragem. Paguei R$ 400 pelo serviço, depois entrei no Facebook e percebi que me enganaram."
UOL Carros entrou em contato com a Fiat para entender melhor o problema. Entre as perguntas enviadas, questionamos se trata-se do mesmo problema encontrado no motor 1.3 turbo; qual o procedimento a concessionária deve seguir ao receber um carro nessa condição e se há alguma solução definitiva.
No entanto, a marca limitou-se a responder que "a Stellantis não possui histórico de atendimento dos veículos citados em relação aos inconvenientes mencionados. Dessa forma, a empresa se coloca à disposição por meio de seus canais de atendimento e da rede de concessionárias Fiat." No entanto, tanto Leandro quanto Henrique garantem que foram até as concessionárias da marca.
Qual é o risco?
Como se trata de veículos com poucos meses de uso, ainda não há relatos sobre os efeitos que o problema na bomba de óleo pode causar, mas o principal sintoma é o acendimento da luz espia de avaria do motor no quadro de instrumentos ou o baixo nível de óleo no reservatório.
No entanto, de acordo com o engenheiro mecânico André De Maria, defeitos desse tipo reduzem a vida útil do motor.
"A questão é que quando chega a esse nível, em alguns casos, a degradação do motor já começou. Um motor que duraria 200 mil km pode começar a apresentar problemas sérios com 40 mil km. A luz acesa é um mau presságio de um problema grande que virá no futuro", avalia o engenheiro.
Segundo o engenheiro, a suspeita é que a Fiat tenha modificado o projeto original dos pistões e anéis no motor por indisponibilidade dos fornecedores originais. "Estão usando um kit fornecido que não possui as mesmas características de anéis de compressão cônicos", analisa. A informação, no entanto, não foi confirmada.
Fiat emite comunicado às concessionárias
UOL Carros teve acesso a um documento de 30/06/2022 encaminhado pela Stelantis às concessionárias Fiat e Jeep. Nele, a marca autoriza a troca da bomba de óleo em carro com motores T200 (1.0 turbo) e T270 (1.3 turbo), que equipam Pulse, Toro, Renegade, Compass e Commander. A recomendação é para veículos produzidos entre janeiro e abril de 2022.
Na época, a Stellantis confirmou a emissão de uma orientação técnica às oficinas autorizadas para análise e, se necessária, a substituição da bomba de óleo para algumas unidades produzidas de janeiro a abril de 2022 e equipadas com motores turbo, em caso de lamentação do consumidor ou preventivamente, em revisões na rede de concessionárias.
A marca também garantiu que o problema não apresenta nocividade ou periculosidade, elementos que, por lei, obrigariam um chamamento para recall.
"Essa ação constitui o compromisso da Stellantis em assegurar a contínua melhoria da qualidade de seus produtos e não representa risco à saúde ou segurança dos consumidores", afirmou a marca por meio de nota, em julho de 2022.
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