Papa-Corolla? Por que novo Toyota Yaris pode roubar vendas do 'irmão'

O novo Toyota Yaris apareceu na Tailândia e logo suscitou a curiosidade dos consumidores brasileiros. Apresentado na carroceria sedã, o modelo é uma geração inteiramente nova do carro produzido no Brasil. De tão aperfeiçoado, o três volumes pode ser uma pedra no sapato até mesmo do Corolla. Vamos explicar o porquê disso.

Tal como ocorreu com o novo Honda City hatch e sedã, o Yaris parece ter subido um degrau em relação à realidade do segmento. Na verdade, se tornou um médio compacto com direito a desenho mais refinado, incremento nos itens de segurança e nova motorização.

O estilo é o ponto mais alto, sendo dotado de uma dianteira que lembra os maiores Corolla e Camry. Aliás, os faróis de LEDs lembram mais este segundo carro, uma prova de que o Yaris está subindo de vida. A grade geométrica faz dupla com as entradas de ar rebuscadas, toques que combinam com o visual esportivo da versão apresentada, a Ativ.

As laterais exibem vincos demarcados e uma ondulação sobre os paralamas traseiros, um toque que quebra a tradicionalidade das chapas de metal do Yaris atual. A queda do teto lembra o conceito de cupê de quatro portas em pontos como a terceira janela lateral angulosa.

Suas linhas laterais se integram às lanternas horizontais, cuja iluminação de LEDs e o formato lembram um pouco as do City. Somado a isso, a parte superior da tampa do porta-malas forma uma ligeira elevação que lembra um spoiler.

Medidas ampliadas

Se remete aos seus irmãos maiores em visual, o Yaris também recebeu um upgrade na medida entre-eixos. A distância subiu de 2,55 metros para 2,61 m, número que fica pouco acima dos 2,60 m do novo City sedã. O comprimento geral continuou em 4,42 metros, a largura aumentou um centímetro e passou a 1,74 m e, por sua vez, a altura foi o único ponto que diminuiu um pouco, passando de 1,49 m de altura para 1,48 m. A comparação foi feita entre o recém-lançado modelo tailandês e o brasileiro, então pode ser diferente na versão brasileira da novidade.

Ainda são 9 cm a menos que o entre-eixos do Corolla, um carro médio de 4,63 m, no entanto já é o suficiente para eles ficarem mais próximos. Até porque a tecnologia do Yaris não será muito diferente. Não será o caso do City sedã, dado que ele sucedeu o Civic no Brasil, mas pelo motivo do médio não conseguir competir em número de vendas com o Toyota.

O aumento do entre-eixos é explicado pela adoção da nova plataforma DNGA (Daihatsu New Global Architecture), versão simplificada da TNGA (Toyota New Global Architecture) do Corolla e Corolla Cross, para citar dois exemplos. Não estranhe o nome Daihatsu.

Aqueles que têm memória longa podem se lembrar que a marca já foi vendida no país e se trata, na verdade, de um fabricante de acesso do grupo Toyota. A arquitetura é modular e serve de base ao Daihatsu Rocky/Toyota Raize, dois modelos que têm apenas 2,52 m de entre-eixos, algo que atesta a capacidade de modularidade da plataforma.

Quanto ao motor, o Yaris Ativ começou a sua vida com apenas uma opção: o 1.2 16V de 94 cv e minguados 11,2 kgfm de torque. Associado ao câmbio automático do tipo CVT, o negócio do quatro cilindros é economizar e, segundo a Toyota, o consumo chega a 23,3 km/l, mas vale reforçar que a Tailândia comercializa gasolina pura.

Ainda é uma incógnita a motorização que o novo Yaris vai adotar no nosso mercado. De acordo com o parceiro Motor1, o modelo já está confirmado para o Brasil, mas a sua versão híbrida deve demorar mais um pouco. Por ora, a marca faz o Corolla e o Corolla Cross Hybrid no país.

Talvez o 1.5 de 110/105 cv e 14,9/14,3 kgfm atual seja a melhor solução, mas não dá para afirmar que ele será reaproveitado. De qualquer forma, o propulsor corrente talvez fosse a melhor estratégia para enfrentar o City 1.5.

Os itens de segurança ativa e de conforto chegam a superar os do Corolla atual em alguns pontos, incluindo aí o freio de mão eletrônico e com auto hold (segura o freio automaticamente em paradas), enquanto o sedã maior se vira com alavanca.

A conectividade fica por conta da integração com smartphones e da tela de 9 polegadas, nada que se destaque na realidade atual, enquanto o painel digital conta com 7 polegadas. A segurança ativa reúne farol alto automático, alerta de saída de faixa, assistente pré-colisão, detector de ponto cego, controle de cruzeiro adaptativo, imagens 360 graus e alerta traseiro de tráfego cruzado.

O nível de acabamento foi elevado graças a toques como revestimento que imita couro até na lateral do apoio da perna esquerda do motorista - lembrando que a mão na Tailândia é à esquerda. Falando em revestimento, há padrões em losangos nos bancos, toque presente em muitos carros de estirpe. A iluminação ambiente tem 64 tons diferentes.

A questão é que o Corolla receberá um facelift em 2023, mudança que o colocará em um patamar ainda mais refinado. E abrirá ainda mais espaço debaixo dele, espaço este que continuará a ser ocupado pelo Yaris. Mas a dúvida entre comprar ele e o sedã médio passará a ser mais difícil do que nunca.

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