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Bárbara Coelho relata "golpe do gás"; veja como se proteger em carro de app

Barbara Coelho relatou ter tido o problema nesta semana Imagem: Sérgio Zalis/Globo

Do UOL, em São Paulo

12/08/2022 16h51

A apresentadora Bárbara Coelho, da Globo, afirmou em participação no "Encontro", da TV Globo, que quase teria sido dopada enquanto ia para o médico, no Rio de Janeiro, com um motorista de aplicativo. O episódio aconteceu na última quarta-feira.

Segundo Bárbara, a viagem seria curta, com cerca de 10 minutos: "Quando entrei no carro eu não senti nada, eu percebi que o carro estava com um aspecto muito ruim, sujo, mas eu entrei já distraída, a gente fica muito no telefone hoje em dia. Em menos de 2 minutos eu senti um cheiro forte", disse antes de compartilhar a viagem com uma amiga e avisar que algo estranho estava acontecendo.

"Eu comecei a ficar muito mal, comecei a perder os sentidos, falta de ar e com dificuldade até de falar. Aí eu mandei um áudio para o meu marido e falei 'me espera na porta porque eu tô chegando'. Aí ele [motorista] me olhou muito feio pelo retrovisor, muito assustado, me encarando."

Outros relatos semelhantes já foram feitos por usuárias de transporte por aplicativo, embora nenhuma investigação policial nos casos registrados tenha encontrado algum tipo de droga nos veículos ou nas passageiras. Já houve, inclusive, casos em que passageiras tiveram que indenizar motoristas por acusações sem provas.

Jamila Jorge Ferrari, delegada coordenadora das Delegacia de Defesa da Mulher do Estado de São Paulo, explica que, nos boletins de ocorrências em que o golpe é relatado, nenhum crime de fato aconteceu e que as passageiras desceram do veículo sem que algo de ruim tivesse ocorrido.

"Mas a gente sabe que existem vários registros de violência sexual, estupro de vulnerável e estupro por motoristas de aplicativo, inclusive há muitos motoristas que já foram presos. Por isso vale a pena recorrer às ferramentas de segurança do aplicativo [em caso de algum tipo de problema]", orienta.

Ela aponta a ferramenta de compartilhar o trajeto da corrida com alguém de confiança - recurso disponível no Uber e no 99 - como a mais efetiva.

"Muitas vezes temos chegado ao eventual crime devido a esse recurso. A pessoa que está acompanhando a corrida percebe a demora, tenta falar com a vítima e, sem sucesso, aciona a polícia", exemplifica a delegada.

Outra dica importante da delegada Jamila Ferrari é verificar se o motorista que se apresenta é o mesmo da foto no aplicativo, e se o modelo e a placa do veículo condizem com as informações da plataforma.

"Não se deve acreditar em desculpas, como estar com um carro diferente porque trocou recentemente. Motoristas não podem circular com veículo diferente do cadastrado. Se perceber algo estranho, peça para descer em um lugar seguro, como uma farmácia. Falando do golpe do gás, a recomendação de especialistas é utilizar máscara N95 - que protege contra substâncias tóxicas expelidas no ar - e abrir as janelas", recomenda.

Tanto a Uber quanto a 99 afirmam que segurança é uma prioridade, por isso investem em ferramentas para dar mais garantias aos usuários. Além de procedimentos de verificação da identidade e checagem de antecedentes criminais do motorista no período de cadastramento, a Uber informa que utiliza uma ferramenta de "verificação de identidade em tempo real", chamada U-Selfie. De tempos em tempos, o aplicativo pede, aleatoriamente, para que os motoristas parceiros tirem uma selfie antes de aceitar uma viagem ou de ficar online.

Também há uma detecção automática de linguagem imprópria nas mensagens que são enviadas no bate-papo do aplicativo. Palavras que possam ser consideradas ofensivas ou que ameacem a integridade de uma pessoa entram automaticamente em um processo de desativação permanente da conta original.

Durante a viagem, o aplicativo conta com o botão Recursos de Segurança. O recurso permite que usuários e motoristas parceiros possam compartilhar a sua localização e o tempo de chegada em tempo real com quem desejarem, além de oferecer a opção de ligar para a polícia em situações de risco ou emergência diretamente do app. Ainda nesse botão também é possível acionar o recurso de gravação de áudio. Além disso, segundo a Uber, todas as viagens são registradas por GPS.

A 99 também tem recursos semelhantes. Há uma área chamada Assistente de Segurança, nela, o usuário pode, por exemplo, consultar as verificações de segurança do motorista, compartilhar trajeto com contatos de confiança, gravar o áudio da viagem, acionar monitoramento de corrida via GPS pela central de emergência da 99 ou ligar para a polícia.

Outra iniciativa é o Patrulha 99. Caso alguma anormalidade seja identificada durante a corrida, a Central de Segurança da empresa contata a polícia e aciona a Patrulha 99, uma equipe especializada que, em motocicletas ou carros, se desloca até o local para prestar suporte presencial para os usuários.

A 99 também oferece câmeras de segurança embarcadas no veículo, que possui lentes "olho de peixe", que proporcionam uma visão panorâmica do interior do veículo, além captar imagens no modo noturno, gravar som e acompanhar um botão físico, localizado em local sigiloso dentro do carro, que pode ser ativado em caso de necessidade.

Em contato com a reportagem, a Uber afirma que "com relação ao que vem sendo chamado de "golpe do cheiro", as únicas denúncias dessa natureza relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil, até onde temos conhecimento, ocorreram em Canoas (RS), no Rio de Janeiro e em Florianópolis. Nos três casos as autoridades pediram o arquivamento após o inquérito policial, já que, de acordo com as investigações, não houve elementos de prática de crime".

"Nas demais denúncias mencionadas até o momento, muitas das quais surgem nas mídias sociais e são reverberadas pela imprensa sem se checar o que apurou a investigação conduzida pelas autoridades policiais, não temos conhecimento de nenhum inquérito que tenha sido concluído identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor", disse a empresa.

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