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Placas digitais: como identificação de carros já passa por uma revolução

Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo (SP)

15/06/2022 08h00

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É coisa de 007. Anunciadas nos Estados Unidos, as placas digitais prometem criar facilidades, e também empecilhos para os motoristas que adotarem a nova tecnologia, que facilitam por um lado, mas dificultam a vida dos espertinhos.

A empresa americana Reviver é a responsável pelo lançamento da RPlate, placa digital que já funciona na Califórnia, Arizona, Texas e, agora, passou a valer também para Michigan, além de estar em fase de adoção em outros estados do país. Por ora, ela vale apenas para as placas traseiras e segue o padrão de tamanho previsto para as convencionais.

Só que não há semelhanças entre as placas rotativas do Aston Martin DB5 do espião britânico e a nova tecnologia. O objetivo não é atrapalhar o trabalho de reconhecimento das identificações, pelo contrário. Os novos dispositivos oferecem uma nova forma de rastrear e, de quebra, entregam a situação do licenciamento atrasado logo de cara.

Pode parecer uma desvantagem por um lado, afinal, checar se um determinado veículo está com o licenciamento atrasado fica mais fácil, pois a própria placa entrega em letras garrafais que o modelo não está com a documentação em dia: INVALID. É muito mais prático a polícia saber o que está rolando com aquele carro, e vocês sabem como é o nível de vigilância policial norte-americano. Para compensar, você pode fazer essa renovação pelo próprio app.

Mas deve haver alguma vantagem na digitalização. Há, sim, uma das principais é a possibilidade de rastreamento do veículo, algo que sempre sai por um preço. Mesmo no Brasil, os novos serviços de conectividade oferecidos por marcas como Chevrolet e Stellantis têm custo mensal. E o melhor: o sistema escreve na hora que o modelo foi roubado.

Há um aumento considerável na conta. Uma placa convencional sai por cinco dólares em Michigan, enquanto a digital oferece o seu equipamento com assinatura mensal, que varia de acordo com o plano.

A assinatura mensal custa a partir de US$ 19,95 para a versão com bateria, que pode durar até cinco anos e não exige mão de obra profissional para ser instalada. Ou US$ 24,95 para a variante ligada no próprio sistema elétrico do veículo, que oferece também o rastreador por GPS e tem custo de instalação de US$ 150. O governo não ganha nenhum dinheiro com a nova opção.

Você também pode personalizar a sua placa, algo que custa uma grana em alguns estados. Também é uma forma de imprimir um aspecto futurista aos carros. Pense que você chegou ao ambiente do filme "De volta para o Futuro 2".

É mais uma forma de "netflixizar" os serviços automotivos, uma conta que vai se somar a todos os outros serviços digitais de streaming. Não precisamos dizer que a Reviver lucrará um bocado com essas assinaturas, o custo da placa é o de menos. Seria mais ou menos o que outras indústrias fazem, exemplo dos fabricantes de videogame: subsidiar o hardware para lucrar com softwares. Nesse caso, os preços dos jogos compensam o custo menor dos consoles.

Um dos principais serviços é oferecer uma forma de rastrear o carro em caso de furto ou roubo, algo também presente nos sistemas de conectividade brasileiros. Mas não é a única facilidade, também há formas de mostrar alertas públicos. Um dos mais curiosos e úteis é o Amber Alert, um aviso que mostra crianças desaparecidas, um serviço emergencial dos mais úteis. Mais ou menos como os antigos alertas das caixas de leite.

A privacidade das informações é garantida pela criptografia, que se soma ao 5G para receber informações e compartilhá-las. Tudo fica na nuvem. Pois é, até a placa se tornou integrada aos sistemas.

De acordo com a Reviver, o equipamento tem tela seis vezes mais resistente do que o vidro. Ele pode resistir a impactos e também atura condições de temperatura negativa e positiva extremas.

Os próprios fabricantes automotivos podem atentar para esse filão e tomá-lo de assalto. Esse é o principal risco que a Reviver corre, afinal, não se trata de um produto que será exclusivo por muito tempo. O serviço poderia ser oferecido em conjunto com toda a sorte de tecnologia que as marcas oferecem para os consumidores. Tome-lhe contas mensais.

Você teria uma placa digital? Pode ser apenas uma questão de tempo. Ou de gosto e bolso.

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