Por que vendas do VW Gol subiram mais de 700% às vésperas do adeus

Mesmo sem brigar pela liderança, ultimamente o Volkswagen Gol se acostumou a aparecer entre os dez carros mais vendidos do Brasil. Porém, durante a maior parte de 2022, o hatch ficou distante das primeiras posições. Sua pior colocação neste ano foi o 38º lugar registrado em abril, quando teve 837 emplacamentos.

Em maio, o Gol finalmente reagiu e teve 6.980 unidades comercializadas - alta de 734% na comparação com o mês anterior. Essa disparada acontece justamente nos meses finais de vida do compacto, que deverá sair de linha até o começo de 2023, após mais de quatro décadas de produção ininterrupta.

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Qual é o motivo de tamanha oscilação nas vendas de um carro que ainda tem muita demanda, sobretudo de empresas e frotistas? Uma das explicações é a falta de peças, que tem causado paralisações nas fábricas da Volks e de outras montadoras no Brasil e ao redor do mundo.

No caso do Gol, outro fator afetou sua disponibilidade: a preparação da chegada do seu sucessor.

Justamente em abril, pior mês de vendas do modelo em 2022, sua produção foi interrompida duas vezes em Taubaté (SP), que também fabrica o sedã Voyage, outro veterano da marca alemã que está prestes a ser aposentado.

No início de abril, a fábrica do Vale do Paraíba ficou três dias parada por conta da falta de componentes; No mesmo mês, a unidade teve outra paralisação, que durou uma semana, com o objetivo de adequar sua linha para produzir o Polo Track - que tem lançamento confirmado para 2023, como o novo modelo mais acessível da VW no País - posto hoje ocupado pelo próprio Gol, fabricado exclusivamente em Taubaté, como o Voyage.

Vale destacar que no começo de abril acabou em Taubaté um lay-off (suspensão temporária de contrato) de dois meses para cerca 800 funcionários devido à escassez de peças. Por conta de todas essas paradas, a fabricação e as vendas do Voyage despencaram ainda mais e tiveram uma retomada em maio, quando o sedã registrou 3.511 emplacamentos - alta superior a 1.000% na comparação com abril.

Polo Track, o sucessor do Gol

Em novembro de 2021, a Volkswagen anunciou investimento de R$ 7 bilhões até 2026 para a produção na América Latina de uma nova família de compactos com plataforma MQB - não por acaso, Gol, Voyage e Saveiro hoje são os únicos modelos da empresa que hoje não utilizam a base estrutural e tecnológica.

Na ocasião, Pablo Di Si, presidente executivo da VW para a América Latina, sinalizou que Gol e seus derivados deixarão de ser produzidos porque não irão atender a legislação quanto a requisitos de segurança e emissões. Ele também enfatizou que a "estratégia no futuro será a plataforma MQB".

O primeiro integrante dessa família será o Polo Track, que chega no ano que vem posicionado abaixo do Polo atual - que, por sua vez, ganhará novo design e outras novidades ainda em 2022.

O Polo Track terá no futuro as companhias de um SUV menor do que o Nivus, que poderá ser batizado como Gol. Também estão previstos um sedã e uma picape inéditos - que seriam os substitutos de Voyage e Saveiro - hoje fabricada em São Bernardo do Campo (SP).

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