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Ex-funcionários terceirizados da Ford fazem protesto e cobram indenização

Manifestantes exigem indenização por quebra de contrato; Ford diz que responsabilidade é das empresas - Reprodução/TV Bahia
Manifestantes exigem indenização por quebra de contrato; Ford diz que responsabilidade é das empresas Imagem: Reprodução/TV Bahia

Paula Gama

Colaboração para o UOL

15/01/2022 14h02

Na semana em que completa um ano do anúncio de que Ford deixaria de produzir veículos no Brasil, ex-funcionários de empresas terceirizadas na planta de Camaçari, na Bahia, protestaram por indenização.

De acordo com os manifestantes, mais de 1.500 trabalhadores foram demitidos recebendo apenas as verbas rescisórias, sem a indenização por quebra de contrato recebida pelos ex-funcionários diretos da Ford.

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"Pais de família pararam a Via Parafuso [em Camaçari, Bahia] hoje, em um protesto contra o Sindicato dos Metalúrgicos, da decisão que foi tomada por eles, na mesa de negociação. A decisão prejudicou mais de 1.500 pais de família", disse um dos ex-funcionários à TV Bahia.

UOL Carros já noticiou que a oval azul indenizou seus funcionários em, no mínimo, R$ 130 mil, mas quem trabalhava de forma indireta, contratado por outras empresas, não foi incluído nesta negociação. Trabalhadores exigem resposta da montadora e do Sindicato dos Metalúrgicos.

A reportagem entrou em contato com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, que afirmou que segue em busca de indenização complementar em favor dos metalúrgicos das empresas satélite da Ford na Bahia. Desde de março do ano passado, a situação está sendo resolvida na Justiça, afirma a entidade em nota.

"O Sindicato, desde o primeiro momento, buscou insistentemente contemplar esses trabalhadores no bojo da negociação coletiva junto à empresa Ford, o que se tornou impossível por absoluta intransigência da empresa em relação a este ponto da negociação", disse a entidade, por meio de nota.

"De forma contemporânea, o Sindicato buscou negociar diretamente com as empresas de autopeças, as quais não se disponibilizaram a uma negociação de verbas indenizatórias para os trabalhadores. Sendo assim, o Sindicato, em 08/03/2021, se viu obrigado a acionar a Justiça para, liminarmente, pedir a reintegração dos trabalhadores enquanto as empresas não se dispusessem a negociar com o Sindicato e cobrar dessas empresas o pagamento das indenizações", concluiu.

Também conversamos com Kleiton Alder, diretor do sindicato, que explicou que, na interpretação da entidade, a Ford deveria, por iniciativa própria, indenizar os funcionários terceirizados por quebra de contrato, mas se opõe.

"Juridicamente, não temos como acionar a montadora, por isso fomos em cima das empresas subsidiárias. Algumas se dispuseram a manter diálogo, e até fizeram acordo; outras, se negaram a nos receber. Estamos acompanhando o processo na Justiça e não deixaremos de lutar por esses trabalhares", afirmou Alder.

Procuramos a Ford, mas não tivemos retorno até o fechamento desta reportagem. À TV Bahia, a montadora afirmou que não irá se pronunciar sobre o ocorrido e que essa questão compete às empresas empregadoras.

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