Topo

Não faça como o cão! Por que você nunca deve fazer carro "pegar no tranco"

Caozinho Toddy deu uma força, mas técnica de fazer carro "pegar no tranco" traz problemas - Reprodução
Caozinho Toddy deu uma força, mas técnica de fazer carro "pegar no tranco" traz problemas Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

08/07/2021 04h00

Se para o motorista uma das piores coisas que existem é o carro não pegar, em momentos difíceis como esse não pode faltar a ajuda do nosso melhor amigo.

Foi o que mostrou Toddy, um cachorro que está fazendo sucesso na internet após viralizar um vídeo em que o cão aparece tentando ajudar três homens a empurrar um Monza.

"Empurra, Toddy. Olha o cachorro ajudando a empurrar o carro", brinca a pessoa que filmou a cena que, em poucas horas, teve mais de 35 mil curtidas.

Apesar da cena inusitada e de empurrar o carro ser uma prática comum no dia a dia, nem todo mundo sabe dos riscos que esse gesto de camaradagem oferece para a mecânica do carro.

O UOL Carros conversou com Leandro Noronha, dono de uma consultoria automotiva com mais de 40 anos de funcionamento. Ele explica que o ideal é evitar fazer o carro pegar no tranco.

"Em geral, não é recomendável empurrar para pegar no tranco. Tal ação pode ocasionar sérios danos ao veículo, seja ele automático ou não". Ele lembra que o tipo de combustível também não influencia.

Se não tiver outro jeito, a pessoa precisa saber que o veículo pode sofrer diversos problemas, que variam de acordo com a tecnologia e sistema do veículo.

Os automáticos, por não terem acionamento da embreagem, podem sofrer avarias no câmbio por falta de lubrificação, além da quebra interna de componentes. No motor, os danos também tendem a ser grandes. "Na correia dentada, a peça de borracha que faz o sincronismo do motor, ao dar tranco, pode estourar. Com isso o cabeçote perde sincronismo com o bloco do motor, fazendo com que as válvulas entortem ou danifiquem os pistões", detalha.

Bateria, módulos, motor de partida e qualquer outro sistema alimentado por corrente elétrica igualmente sofrerão estragos por causa da sobrecarga em componentes eletrônicos, bem como o sistema de injeção, porque vai mandar combustível de forma aleatória, podendo queimar componente e danificar o catalisador.

A tecnologia cada vez mais sofisticada da indústria automotiva traz conforto, economia e comodidade ao dirigir, mas os sistemas de controle precisam ser checados na hora da partida, e ao empurrar o veículo, esse processo é "pulado", explica o mecânico.

Portanto, engatar a segunda marcha, pedir para alguém empurrar, esperar pegar uma certa velocidade para soltar o pé e acelerar é um truque antigo que, com certeza, já salvou muito motorista. Mas pode não terminar bem.

"O mais indicado em caso de pane é não forçar a partida e não dar trancos. Chame o guincho para que seu carro seja levado para um local adequado onde será constatado de forma técnica o que gerou o problema e o que será necessário para resolver".