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Não faça como filha do Gugu: carro elétrico sem bateria dá multa e estraga

Filha de Gugu, Marina Liberato teve o carro guinchado na Flórida (EUA) após baterias ficarem sem carga no último fim de semana - Reprodução/Instagram
Filha de Gugu, Marina Liberato teve o carro guinchado na Flórida (EUA) após baterias ficarem sem carga no último fim de semana Imagem: Reprodução/Instagram

Alessandro Reis

Do UOL, em São Paulo (SP)

12/05/2021 04h00

Marina Liberato, filha do apresentador Gugu Liberato, virou notícia no sábado passado (8) ao ter o carro guinchado na Flórida, nos Estados Unidos. Segundo a jovem de 17 anos disse no Instagram, ela e o namorado estavam a caminho de uma praia quando o Tesla Model 3 onde estavam ficou sem bateria.

O jeito foi acionar o socorro para levar, em um caminhão, o sedã elétrico para o ponto de recarga mais próximo antes de o casal seguir viagem até o destino pretendido, percorrendo trajeto inferior a 100 km.

Com algum planejamento, Marina teria evitado o perrengue - afinal, a versão mais básica do Model 3 tem capacidade para rodar até 423 km com uma carga completa das respectivas baterias.

Em um Supercharger, o carregador de alta potência da montadora que tem grande disponibilidade na região, o carregamento de 10% a 80% leva menos de 30 minutos. Em um carregador residencial de 7kW, uma carga completa demora cerca de 13 horas.

Tesla Model 3 Performance - Divulgação - Divulgação
Model 3 pode rodar até 570 km com uma carga completa, dependendo da versão, diz Tesla
Imagem: Divulgação

Além disso, embora carros elétricos tenham sistemas de proteção contra descarga completa como telefones celulares, ficar sem energia com frequência reduz a vida útil das baterias - as montadoras recomendam mantê-las sempre com alguma carga, entre 50% e 80%, aproximadamente.

Caso a parada do Tesla por falta de energia tivesse acontecido no Brasil, o responsável pelo automóvel 100% elétrico poderia, ainda, levar multa de trânsito.

Mas não seria pela conhecida "pane seca", enquadrada como infração média, com multa de R$ 130,16, quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e remoção do veículo para regularização - conforme determina o Artigo 180 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

Segundo o advogado Marco Fabrício Vieira, membro do Cetran-SP (Conselho Estadual de Trânsito de São Paulo) e autor do livro "Agente de Trânsito - Aspectos Jurídicos e Administrativos", a referida legislação vale exclusivamente para veículos com motor a combustão interna.

Portanto, o Artigo 180 hoje não pode ser usado por analogia para penalizar proprietários de automóveis elétricos - a menos que o texto seja alterado para se adequar à nova tecnologia.

Mas existe outra punição possível, destaca.

"A 'pane seca' de veículo elétrico é conduta não prevista em lei. Porém, ocorrendo imobilização por esse motivo, se o condutor não providenciar a sinalização de advertência com pisca-alerta e triângulo de emergência, poderá ser autuado por infração de trânsito relacionada a estacionamento, prevista no Artigo 181 do CTB", esclarece Vieira.

O valor da multa pode variar entre R$ 88,38, por infração leve, e R$ 293,47 (infração gravíssima), com pontuação entre três e sete pontos no prontuário do condutor, além de remoção do veículo.

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