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Brasileira troca a garupa pelo guidão na moto para viajar o mundo

Motociclista Fernanda e Yamaha Tenere - Acervo Pessoal
Motociclista Fernanda e Yamaha Tenere Imagem: Acervo Pessoal

José Antonio Leme

Do UOL, em São Paulo

24/02/2021 04h00

A história da estudante de arquitetura Fernanda mostra que vontade, planejamento e pouco medo pode ser um atrativo e tanto. Sem saber pilotar moto, a brasileira radicada na Espanha, resolveu três anos atrás que deixaria a garupa do marido Vicente, na Honda Africa Twin, e passaria a pilotar sua própria moto.

Desde então, são cerca de 49 países visitados e uma troca de motocicleta no caminho. Fernanda que deu início à vida sobre duas rodas pilotando uma Honda CB 500X, e hoje roda estrada afora em uma Yamaha Ténéré. "Eu procurava uma moto baixa por causa da minha altura. Queria a segurança de poder colocar os pés no chão, contou ao UOL Carros.

Como surgiu a vontade de pilotar? Foi resultado de um convite do marido. "Ele me chamou para essa viagem, para rodar o mundo. Eu disse que topava, mas não aceitava mais ir na garupa." Assim vieram as aulas práticas para tirar a licença, plano interrompido por um pé quebrado.

Apesar disso, o sonho continuou. Quando pôde voltar, Fernanda logo subiu em uma moto Suzuki DR400 para tomas aulas de pilotagem no off-road. "Pouco a pouco fui ganhando confiança novamente, aproveitando as aulas para retomar a confiança", diz.

Os primeiros perrengues foram o que levaram Fernanda a trocar sua Honda por uma Yamaha. "A CB 500X era muito boa, mas eu tive um problema em estrada de terra com ela, porque a altura permitiu que batesse a parte inferior. Eu cheguei a perder todo o óleo da moto em um lugar inóspito, quando a gente teve que fazer o possível para resolver o problema ali mesmo", afirma Fernanda.

"Ali percebi que precisava de uma moto com maior vão livre do solo. Entre muitas pesquisas, acabamos escolhendo pela Ténéré 700, que tem pouca eletrônica e que pode ser reparada com maior facilidade em diversos locais, como a Honda". "Cheguei a pensar na BMW, mas há muita eletrônica na moto para reparos necessários", completou.

Motociclista Fernanda e a Suzuki DR400 - Acervo Pessoal - Acervo Pessoal
Imagem: Acervo Pessoal

Nem tudo são maravilhas

A pandemia chegou e alterou os planos dos aventureiros. Residentes na Espanha, precisaram ficar por três meses na Eslovênia sem possibilidade de retornar ao País de sua residência. Ali, diz, Fernanda foi a fase difícil de todas do período pandêmico e de todas as viagens.

O planejamento de viagem para eles e as motos incluem mais acampamentos e cozinhando a própria comida que levam, usado todo equipamento que carregam do que ficar comendo em restaurantes ou ficando em hotéis, afinal, isso encarece a viagem.

Motociclista Fernanda e a Honda CB 500X - Acervo Pessoal - Acervo Pessoal
Imagem: Acervo Pessoal

Preconceito ainda existe

Fernanda diz que ainda sente o preconceito de um meio que é visto como estritamente masculino ainda: "o mundo da moto é muito masculino, a maioria deles acha que você não vai dar conta".

Ela relembra uma passagem em que a moto tombou com todo o equipamento que carregava e alguns homens passaram e achavam que eu não conseguiria levantar. "Se precisasse e estivesse sozinha teria tirado todo o equipamento da moto para conseguir levantá-la".

Ela aproveita sua história para incentivar outras mulheres. Vocês podem andar de moto e o principal, acho que devem. A sensação de liberdade na garupa nunca vai ser tão boa quanto é a da estar à venda do guidão. "O nosso medo existe em todos os ambientes da vida, então a gente tem que pegar e tentar de todo mudo", finaliza Fernanda.

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