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Seguro por quilômetro rodado 'incentiva' motoristas a usar menos o carro

Nova modalidade de seguro cobra por quilometragem rodada no mês - Murilo Góes/UOL
Nova modalidade de seguro cobra por quilometragem rodada no mês
Imagem: Murilo Góes/UOL

Do UOL, em São Paulo (SP)

21/09/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Seguro 'pay per use' pode crescer com expansão de home office pós-pandemia
  • Procura por modalidade de seguro cresceu durante pandemia
  • Seguradora acredita que mobilidade pode ser incentivada entre clientes

Uma modalidade de seguro automotivo pouco conhecida ganhou força nos últimos meses.

O seguro "pay per use" - ou "pague pelo uso", em bom português - é calculado de acordo com a quilometragem rodada pelo segurado a cada mês. Assim, o cliente paga uma taxa mensal e o valor correspondente à distância percorrida no período.

Conforme UOL Carros explicou em junho, houve aumento na procura por esta modalidade de seguro durante a pandemia.

A startup de tecnologia Thinkseg registrou aumento de 250% nas vendas do seguro pay per use em maio, frente à média mensal do último trimestre de 2019, quando o coronavírus ainda não havia chegado ao Brasil.

"O preço é o grande atrativo do produto diante da proteção ampla oferecida ao motorista. O seguro cobre acidentes, furto e roubo, de acordo com os valores previstos na tabela Fipe", explicou o CEO do Grupo Thinkseg, Andre Gregori.

Incentivo à mobilidade

A Youse acredita que o modelo de "pay per use" pode ser vantajoso depois da pandemia, ainda mais se os índices registrados em uma pesquisa com segurados permanecerem quando "tudo voltar ao normal".

O levantamento apontou que, antes da pandemia, 86% dos clientes usavam o carro principalmente para atividades corriqueiras, como ir ao supermercado, fazer compras ou visitar amigos e familiares.

Durante a pandemia, os segurados ainda realizam as mesmas atividades, mas em menor incidência. 66% dos entrevistados usam seus carros para ir ao mercado ou farmácia, 50% vão às compras e apenas 25% vão visitar amigos e familiares.

"Se pensarmos nesse momento em que o trabalho remoto pode se estabelecer ou o home office ganhe ainda mais espaço nas agendas, teremos um cenário em que as pessoas poderão variar ainda mais seus meios de transporte no dia a dia e pagar de acordo com essas escolhas. Ou seja, o cliente que usar seu carro duas vezes por semana para ir ao escritório, por exemplo, vai pagar o seguro conforme quilometragem percorrida nesses dois dias", afirma Érica Amorim, especialista em produto na Youse.

Para a executiva, outra vantagem é o incentivo à mobilidade, uma vez que o cliente pode optar por outros meios de transporte ao deixar seu veículo em casa.

"Podemos incentivar nossos clientes não só a usarem menos o carro e contribuir com o meio ambiente, mas também incentivar o uso de meios de transporte mais saudáveis, como a bike", concluiu.