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Caminhões sem motorista: como transporte de cargas já vive nova realidade

Caminhão da TuSimple - Divulgação
Caminhão da TuSimple Imagem: Divulgação

Do UOL

Em São Paulo (SP)

07/07/2020 04h00

Um futuro autônomo para as entregas pode estar mais próximo do que imaginamos. Na semana passada, a startup norte-americana TuSimple anunciou aquela que chamou de "primeira rede de fretes autônoma do mundo" através de caminhões. Subsidiária da Google, a startup Waymo também revelou que pretende expandir suas rotas de caminhões autônomos para o sudoeste dos EUA e o Texas, após testes bem-sucedidos em Arizona, Califórnia, Michigan e Georgia.

Além das duas empresas, outras gigantes como Aurora, Daimler e Ambark Trucks estão na mesma empreitada. No entanto, a TuSimple parece estar na frente pelo fato de ter um relacionamento com as transportadoras UPS e US Xpress. Contando com estas duas empresas, a TuSimple tem atualmente 22 clientes.

Avaliada em cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bi na conversão atual) no ano passado, a TuSimple se concentra no transporte de longas distâncias e não em carros autônomos. Esta é sua principal diferença para a Waymo, que se concentra também em minivans autônomas e tecnologia para veículos menores em vez de apenas caminhões.

Por isso, a TuSimple estuda expandir suas rotas nos próximos quatro anos, começando por um serviço de entregas no triângulo das cidades texanas de Dallas, Houston e San Antonio até 2021. Em 2023, a empresa quer seus caminhões autônomos nas rotas de Los Angeles, Jacksonville e Flórida. Em 2024, o plano é oferecer o serviço em todo o território dos Estados Unidos.

A empresa tem atualmente 40 caminhões, com mais 10 sendo adicionados ao fim deste ano. A rota mais longa é a de Phoenix até Dallas, totalizando mil milhas (1.609 km). Por enquanto, os caminhões operam com humanos, mas o plano é que no futuro operem de maneira 100% autônoma no tráfego em rotas mapeadas.

Para isso, o plano é criar um "motorista virtual" confiável com inteligência artificial, que seja capaz de processar efetivamente informações de uma ampla variedade de sensores, com câmeras de alta definição.

Ainda assim, mesmo com a competição entre Waymo e TuSimple, ainda estamos longe da tecnologia 100% autônoma entregando nos EUA. E isso é um alívio para muitos motoristas, que podem ter seus empregos em risco com as novidades.

Entretanto, o presidente da TuSimple, Cheng Lu, argumenta que mesmo que a tecnologia substitua os motoristas, eles ainda terão outros empregos que se concentrem em viagens menos cansativas.

"Não é como se o fato de ser um motorista de longas distâncias faça você só poder ser um motorista de longas distâncias", disse.

No entanto, a preocupação é alta de que motoristas possam ter seus empregos em risco ou que então que sejam forçados a cumprir grandes jornadas sem o descanso que teriam direito.

Ainda não se sabe quando a implantação de um serviço autônomo confiável de caminhões irá acontecer, mas eventos como os desta semana fazem entender que ela ocorrerá mais cedo ou mais tarde.