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Carro quebrou ou pneu furou? Saiba como oficinas funcionam na quarentena

Rodrigo Mora

Colaboração para o UOL

26/03/2020 04h00

As quarentenas impostas por governadores e prefeitos por conta da pandemia de coronavírus alteraram a rotina de oficinas mecânicas, autorizadas ou não, por todo país. Com o aval para funcionar apesar da paralisação de outros setores do comércio, ainda assim elas tiveram que se adaptar para atender aos clientes.

Mesmo com grande parte da população sem sair de casa, uma outra parcela das pessoas continua necessitando usar seu automóvel para se locomover, seja para ir trabalhar ou para procurar atendimento médico. E se o carro quebrar ou o pneu furar, haverá algum tipo de assistência? O UOL Carros procurou algumas das principais empresas do setor para saber como anda o funcionamento.

A partir de hoje, a DPaschoal, um dos maiores centros automotivos do país, suspenderá as operações em lojas de linha leve até o dia 15 de abril. Somente os estabelecimentos que cuidam de veículos pesados permanecerão abertos. Ao todo, a empresa tem 163 estabelecimentos espalhados pelo país.

"Entendemos nosso papel fundamental para que os setores de alimentação, segurança e saúde continuem rodando, seja nos pneus que calçam os tratores e máquinas agrícolas, na manutenção dos caminhões que transportem remédios e alimentos, ou no carro dos profissionais da saúde e de segurança", disse Victor Dante, diretor de marketing da DPaschoal.

O cerramento das portas é resultado da queda da circulação de pessoas nas ruas, à medida que o combate ao coronavírus encrudesce e quarentena são impostas. Em São Paulo, por exemplo, desde a última terça-feira (24) e até o dia 7 de abril comércio e serviços não essenciais estão fechados por determinação do governo do Estado.

Por isso, se até a semana passada concessionárias de veículos estavam se mantendo abertas - embora com remanejamentos em procedimentos e dinâmicas entre clientes e vendedores -, agora o cenário é outro.

"Hoje temos 97% das revendas Volkswagen fechadas. Apenas 69% mantêm suas oficinas abertas", contou César Moura, presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores Volkswagen (Assobrav). Norte e Nordeste concentram a maior parte das oficinas abertas; Sul e Sudeste lideram entre as que estão fechadas.

Segundo Moura, todos os serviços estão disponíveis, mesmo os de funilaria e pintura. "As demandas nas oficinas podem até crescer nesses tempos, já que muitas pessoas, para se preservar, têm optado pelo transporte privado".

Moura tranquiliza clientes da marca avisando que prazos de revisões e de garantias serão alongados pelo tempo que durar o confinamento. "Mesmo que excederem a quilometragem limite, não tem problema. Volkswagen e rede vão abonar", explica.

Na mesma linha seguirá a Hyundai Motor Brasil. "Garantias e revisões de veículos das famílias HB20 e Creta com vencimento a partir de 10 de março de 2020 serão asseguradas até 30 de abril de 2020, com possibilidade de prorrogação de acordo com eventuais orientações das autoridades nacionais que coordenam o combate à Covid-19", diz o comunicado divulgado pela empresa na última quarta-feira (25). A tolerância de quilometragem também será ampliada em 2 mil km.

Diferentemente da DPaschoal, a Pirelli manteve as portas abertas - embora afirme ter adotado as práticas de prevenção indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde. "Alguns clientes têm esperado no ponto de venda, porém sem aglomeração e fora da sala de espera, enquanto outros buscam o carro depois", disse a empresa em comunicado.

Estabelecimentos menores também têm se reinventado para enfrentar a crise. "Além de estabelecer novos procedimentos de higiene na oficina, os funcionários foram orientados com relação a diversos cuidados e receberam material de EPI's voltados à higiene, como álcool em gel e máscaras descartáveis", comentou Pedro Costa, proprietário e diretor da Stradale Car Service, oficina mecânica full service, com foco em veículos premium.

"Também inserimos novos procedimentos de sanitização tanto no recebimento, como na entrega dos carros de nossos clientes, o que ocorre rigorosamente em todos os casos", completou.

A empresa trabalha de portas fechadas e, por isso, oferece o serviço de leva e traz com agendamento como cortesia. Tal demanda teve aumento de 70%. Foi a solução se manter ativa nesses tempos de isolamento social.

"Houve, sim, uma desaceleração. Mas vemos muitos clientes trabalhando em home office que estão aproveitando a menor dependência do veículo para realizar revisões e outras manutenções. No fim, caiu a demanda do que chamamos no jargão do varejo de "faturamento do porta", que é o cliente que passava pela oficina e parava para solicitar algum serviço", afirmou Costa.

"Mas tivemos um aumento de demanda com os procedimentos de higienização. Não é uma conta equalizada, mas é como estamos trabalhando no momento", concluiu. Serviços que dependem de terceiros, como pintura de rodas, foram suspensos temporariamente.

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