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Imóveis de SP ganham carregadores de carro elétrico; procura ainda é baixa

Perpectiva artística de garagem de empreendimento com carregadores nas vagas - Divulgação
Perpectiva artística de garagem de empreendimento com carregadores nas vagas
Imagem: Divulgação

Vitor Matsubara

Do UOL, em São Paulo

08/12/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Incorporadoras vão lançar imóveis preparados para carregar veículos elétricos
  • Procura por esta comodidade, porém, ainda é baixa entre clientes
  • Infraestrutura para recarga ainda está abaixo das expectativas no país

Não é fácil ser dono de carro elétrico no Brasil. Além dos preços exorbitantes, a falta de pontos de recarga espalhados pelas grandes cidades desencoraja quem pretende entrar no mundo de carros sem emissões de poluentes.

Este cenário, porém, está começando a mudar (ainda que lentamente) em São Paulo. Algumas incorporadoras já investem em imóveis com rede de recarga para carros elétricos.

"A empresa busca ser sustentável e ter pontos de recarga em seus prédios é um diferencial para atender uma demanda que ainda é pequena, mas é uma tendência futura nos prédios de médio e alto padrão", afirma Rodrigo Tarabori, diretor de marketing e vendas da Nortis.

A incorporadora prepara o lançamento de quatro empreendimentos, todos de médio e/ou alto padrão em bairros nobres da capital paulista, como Moema, Pinheiros e Jardins.

"Esta estrutura (para recarga de veículos elétricos) já foi pensada nos projetos. Trata-se de um diferencial para nossos clientes poder carregar os carros na garagem. Isso é uma necessidade futura e a Nortis tem uma tendência de desenvolver tendências e colocar em seus prédios", declarou Rodrigo.

Falta definir, por ora, como será realizada a cobrança para os moradores que utilizarem os carregadores. Pelo menos as incorporadoras ainda têm certo tempo para bater o martelo, uma vez que os empreendimentos ainda não estão finalizados.

"Estamos estudando três modelos: cobrança no cartão de crédito de acordo com o uso, débito por meio de um aplicativo e cobrança no valor do condomínio".

Baixa demanda

Até agora, porém, poucos clientes manifestaram interesse na novidade. "A procura ainda está muito tímida, mas deve aumentar com o desenvolvimento de novos carros elétricos e redução de preços", estima Luciano Amaral, diretor-geral da Benx Incorporadora, outra empresa que aposta no aumento da frota de veículos movidos a eletricidade em um futuro próximo.

Pontos de recarga em Fortaleza - Divulgação - Divulgação
Estações de recarga em Fortaleza nasceram para serviço de compartilhamento de carros
Imagem: Divulgação

Fora dos empreendimentos o cenário também é pouco convidativo. Ainda é pequeno o número de estabelecimentos que oferecem carregadores nos estacionamentos.

Apenas alguns shopping centers, postos de combustível e supermercados possuem pontos de recarga - e mesmo assim quase sempre há apenas uma estação disponível. Isso quando outros motoristas - ou, pior, até os próprios estabelecimentos - não "transformam" as vagas destinadas para carros elétricos em espaços comuns para qualquer veículo.

BMW i3 eletrovia - Divulgação - Divulgação
Eletrovia construída entre SP e Rio foi iniciativa com apoio da BMW
Imagem: Divulgação

As iniciativas de instalar novos pontos de recarga também vêm de capital privado, ou seja, por meio de iniciativas de empresas de energia. Um dos casos mais famosos é o da portuguesa EDP, que montou uma "eletrovia" ligando as capitais São Paulo e Rio de Janeiro juntamente com a BMW.

Já a Volvo anunciou no fim de 2018 a construção de 250 novos postos de recarga até abril de 2019. Na ocasião, a fabricante afirmou que o número de carregadores espalhados pelo país era de 120, passando a 370 se o planejamento fosse cumprido.

Volvo estação de recarga - Vitor Matsubara/UOL - Vitor Matsubara/UOL
Volvo é uma das marcas que mais investe na construção de novos pontos de recarga
Imagem: Vitor Matsubara/UOL

O compromisso foi renovado no mês passado, quando a fabricante sueca anunciou a meta de instalar 500 postos de recarga, totalizando um investimento de R$ 5 milhões.