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Testamos: Fiat Toro flex com câmbio manual vira opção às compactas

Vitor Matsubara

Do UOL, em Recife (PE)

12/07/2019 07h00

Resumo da notícia

  • Por R$ 92.990, novidade custa quase o mesmo que picapes leves completas
  • Caixa de cinco marchas é a mesma do Jeep Renegade
  • Versão Endurance agora também tem motor 2.0 turbodiesel

Até pouco tempo atrás parecia estranho comparar a Fiat Toro com modelos menores como Fiat Strada e Volkswagen Saveiro.

Porém, o valor exorbitante das picapes leves mais equipadas reduziu significativamente o abismo para a Toro, especialmente se o modelo em questão for a Endurance com câmbio manual - grande novidade da linha 2020.

Veja só: uma Fiat Strada Adventure Cabine Dupla completona custa R$ 86.690 com bloqueio eletrônico do diferencial Locker e pintura metálica. Já a VW Saveiro Cross Cabine Dupla sai por R$ 86.180 se encomendada com pintura metálica.

Sim, a Toro ainda é bem mais cara: R$ 92.990. Mas alguns atributos justificam a diferença de R$ 6.300. Frente a Strada, a picape intermediária traz a mais o controle de estabilidade.

Porém, não é só o conteúdo que joga a favor da Toro. Dona de um projeto muito mais moderno do que Strada e Saveiro, a picape também é mais espaçosa e é a única do trio com carroceria de quatro portas.

Qualidade de construção está mais próxima de um Jeep Compass do que um hatch compacto - como no caso das picapes leves.

Já o design segue como um dos maiores pontos fortes da Toro, mesmo depois de quase três anos de mercado. Talvez por isso é que a Fiat praticamente não mexeu no estilo da picape. Apenas acessórios foram acrescentados, como um aplique plástico na parte inferior central do para-choque de todas as versões, chamado pela marca de "overbumper".

A maior novidade da gama, porém, chega só em novembro: é a Toro Ultra, que virá com uma controversa capota marítima rígida.

Boa de dirigir

Avaliamos a Toro Endurance em um percurso curto de 20 km em Cabo de Santo Agostinho (PE) que combinava trechos urbanos e rodoviários com um curto trajeto de terra batida.

Bem escalonado, o câmbio manual de cinco marchas teve a relação de diferencial encurtada frente à receita utilizada no Jeep Renegade. Os engates são justos e precisos e a embreagem tem acionamento suave. Dá até para pensar que estamos dirigindo um automóvel.

Fato é que a Toro ganhou agilidade, melhorando o casamento com o motor 1.8 Flex de 139 cv. Só que, como não existe almoço grátis, a picape ainda carece de fôlego nas retomadas.

O consumo, em compensação, parece ter melhorado sensivelmente em relação às Toro flex automática. O computador de bordo da picape indicava média de 6,5 km/l com etanol no tanque - os números do Inmetro são de 6,4/7,8 km/l com etanol e 9,5/11,2 km/l se o combustível for gasolina.

De resto, tudo está igual desde 2016. A direção com assistência elétrica facilita as manobras (até porque a Toro não é tão pequena) e a cabine oferece nível de conforto satisfatório para quem está acostumado com um automóvel.

A falta de alterações mais profundas no visual pode até decepcionar alguns, mas a maioria dos clientes da Toro (ou quem está pensando em comprar uma) parece não ligar. De janeiro a junho deste ano, a picape já emplacou uma média de 4.700 unidades por mês, volume suficiente para deixá-la atrás apenas da Fiat Strada. E com a versão Endurance essa diferença pode ficar ainda menor em breve.