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Mercedes Classe X vai dar conta de ser a mais luxuosa das picapes? Assista

Benê Gomes

Do Auto+, especial para o UOL, em Santiago (Chile)

06/11/2017 04h00

A Mercedes-Benz não demonstrou medo de inovar ao criar uma picape média de luxo. Tudo bem que a parceria com a Nissan-Renault, que cedeu o chassi da nova geração da Frontier e também da inédita Alaskan, deu uma baita facilitada nos planos, mas ainda assim é preciso tirar o chapéu para a iniciativa de ingressar num segmento ainda não desbravado por marcas premium, simplesmente por ser tido como, digamos... rústico demais.

Pois a Classe X quer fugir dessa pecha. Não, a promessa não é entregar um SUV ou sedã com caçamba, mas sim uma picape que seja mais luxuosa do que qualquer outra. Justamente por isso o modelo terá apenas configurações a diesel, conforme antecipado por UOL Carros.

Vai conseguir cumprir a promessa? Para responder a esta pergunta participamos do lançamento global do modelo em Santiago (Chile), e tivemos oportunidade de realizar com ele uma das primeiras sessões de test-drive de sua existência. O resultado você confere na vídeo-avaliação realizada em parceria entre UOL Carros e Auto+.

Como será a Classe X

Prevista para ganhar as ruas brasileiras em 2019, a Classe X será produzida na Argentina junto com a nova Nissan Frontier e também a Renault Alaskan. Além da plataforma conjunta, ela usará em sua configuração mais básica o mesmo propulsor 2.3 turbodiesel de 193 cv do grupo Nissan-Renault.

As semelhanças cessam aí: na configuração mais forte o propulsor será o conhecido V6 3.0 de 258 cv e 56 kgfm da própria Mercedes, também a diesel e sobrealimentado, já presente em carros como o GLE. Capacidade de carga será de 1,1 tonelada e cabine, sempre dupla. Visual, obviamente, bebe da fonte dos carros de passeio da fabricante alemão, principalmente na parte dianteira.Traseira pode ser considerada bastante convencional e conservadora para uma picape tida como "diferentona", o que é uma pena.

Padrão do habitáculo de passageiros está acima das concorrentes de marcas generalistas, incluindo revestimentos que remetem a couro nos bancos e a metais escovados no painel de instrumentos. Este, aliás, possui desenho côncavo para comportar uma central multimídia destacada de 8,4 polegadas, com boa dose de conectividade. Lembrando que a versão de acabamento avaliada foi a Power, mais sofisticada entre três (as demais são Pure e Progressive, ambas mais simples).

Elementos já vistos em outros modelos da marca alemã, como o bom quadro de instrumentos com computador de bordo digital de 5,4 polegadas e o polêmico touchpad no console central, então presentes na Classe X e dão o recado final de que, sim, estamos num Mercedes-Benz. Mas com uma vantagem: o câmbio será controlado por uma manopla convencional, e não por aquela estranha paleta posicionada na base do volante. Nada de acionar o neutro sem querer tentando ligar o limpador de para-brisa, portanto. Melhor assim.

Agora vem o mais importante: dinamicamente a Classe X se mostra mesmo mais confortável que uma picape média comum. Posição de dirigir é mais baixa, com pegada ao volante similar à de um veículo de passeio e suspensões não tão molengas assim -- muito pelo auxílio de molas helicoidais e estrutura multibraço ao eixo rígido traseiro. Desempenho do "vêsseisão" não deixa a desejar, tornando-a bastante forte e até levemente esportiva nesta configuração.

Câmbio será somente automático de sete marchas, com opções de tração 4x2 ou 4x4.

Esperta como um sedã? Não. Luxuosa como um Suvão? Tampouco. Mas com certeza acima do padrão de outras picapes médias já bastante manjadas em nosso mercado, pelo menos na versão Power. Assim, a Classe X chegará com a missão de conquistar especialmente gente mais bem abonada do setor de agronegócio. Só que será preciso ter R$ 190 mil sobrando na conta apenas para começar a brincadeira, já que este é o preço estimado da versão "de entrada".

Viagem a convite da Mercedes-Benz do Brasil.