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Novo Ford EcoSport fura com Brasil e surge nos EUA sem estepe; veja

Do UOL, em São Paulo (SP)

15/11/2016 02h41Atualizada em 16/11/2016 12h20

Quem te viu, quem te vê, Ecosport...

Conforme avisado por UOL Carros, o facelift de meia-vida para a segunda geração do Ford EcoSport apareceu... longe do Salão de São Paulo. A estreia ocorreu bem longe daqui, no Salão de Los Angeles (Estados Unidos).

Ostentando a cara do novo Edge e sem estepe externo pendurado na tampa do porta-mapas -- aliás, nem estepe há: em vez disso, há um kit de reparo emergencial para pneus furados, algo já conhecido em outros mercados e ainda raro no Brasil --, o SUV mudou bastante, numa transformação que visa a fazê-lo conquistar o gosto do público norte-americano e enfrentar rivais de marcas como Chevrolet, Toyota, Honda, Nissan, Kia, Hyundai e até modelos premium de Mercedes-Benz e BMW.

Mais que facelift, as modificações foram tão profundas que, segundo a revista Forbes, executivos da marca chegaram a chamar o modelo de "terceira geração" durante apresentação prévia a jornalistas locais.

Por que deixar o Brasil, terra-natal do EcoSport, de fora da avant-première? A resposta resumida é: a prioridade da Ford é aproveitar o boom do segmento de utilitários compactos (lá chamados de subcompactos) nos EUA.

As vendas de Honda HR-V, Chevrolet Trax (Tracker)/Buick Encore e Nissan Juke quadruplicaram por lá nos últimos anos, para cerca de 275 mil unidades ao ano. Até 2020 a expectativa é dobrar esse número, o que equivaleria a mais de 25% do mercado brasileiro de 2016.

Entretanto, a América do Norte só verá o modelo efetivamente nas ruas no primeiro trimestre de 2018 (já como linha 2019), em quatro versões: S, SE, SES e Titanium. Como ocorre com Europa, o modelo norte-americano será feito na Índia, não no Brasil. 

Resta saber se a filial daqui seguirá o cronograma de lançamento simultâneo ou vai conseguir "furar" a matriz para acelerar a recuperação diante dos rivais que lhe roubaram o trono nos últimos dois anos.

Eco americano é bom parâmetro

O que mais impressiona não é a proeminente grade hexagonal ou os faróis mais largos e auxiliados por guias em LED na base -- UOL Carros, aliás, achou o conjunto frontal exagerado demais. Tudo isso é visto no recém-lançado Edge, bem como na tendência inaugurada no Brasil com a Fiat Toro.

Chama demais a atenção, e positivamente, ver a tampa do porta-malas limpa, com desenho fluido e luzes rearranjadas nas lanternas. Além disso, a tampa do porta-malas volta a ter abertura lateral, como na geração pioneira.

Bem que o EcoSport brasileiro poderia seguir o mesmo caminho e dar adeus ao estepe exposto, embora flagras recentes indiquem sua manutenção. Claro, pode ser apenas embuste, disfarce para ludibriar rivais.

De acordo com a Forbes, diretores da montadora justificaram a abertura lateral como a melhor para acessar o bagageiro.

De qualquer forma, seria interessante se nosso Eco dispusesse de pelo menos boa parte da tecnologia embarcada no americano: central multimídia em tela responsiva de 8 polegadas que emula um tablet; projeção de celulares via Apple CarPlay e Android Auto; áudio fornecido pela Bang & Olufsen (parceira da BMW), por meio da divisdão BeO Play, munido de 10 alto-falantes e 675 watts de potência; e integração com o sistema Sync 3.

Por dentro é possível perceber que foram efetuadas alterações no desenho do painel para acomodar a nova central: o excesso de botões no console foi extinto, enquanto saídas de ar centrais acabaram reposicionadas para baixo, lado a lado de forma horizontal, e os comandos do ar ficaram mais discretos.

Volante teve empunhadura, aros e miolo redesenhados. Revestimentos dos bancos serão integralmente em couro ou em tecido com faixas estilizadas em laranja -- tendência já vista em compactos aventureiros brasileiros.

Motorização para o mercado americano contará com o 1.0 3-cilindros turbo da família EcoBoost (o mesmo presente no nosso Fiesta) e o 2.0 4-cilindros aspirado do Focus, este com adoção de tração integral. Lá, o câmbio é sempre o Powershift, com seis marchas e dupla embreagem.

Do lado de cá a receita deve ser diferente: 1.5 3-cilindros aspirado (denominado Dragon) e 2.0 Duratec (já presente na gama). Quem sabe o 1.0 EcoBoost também não pinta por aqui...