Topo

Reclamona, Kia aposta em novela das nove e Copa; Quoris e Soul chegam

A novela da Kia: sedã Quoris existe na trama de "Amor à Vida", mas (ainda) não está nas lojas - Reprodução
A novela da Kia: sedã Quoris existe na trama de "Amor à Vida", mas (ainda) não está nas lojas Imagem: Reprodução

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/12/2013 16h50

Está ruim, mas está bom. Este foi o mote do usado pela representação brasileira da Kia Motors, durante o almoço de balanço do ano de 2013 e apresentação de planos para 2014, realizado nesta quarta-feira (4), em São Paulo (SP).

Sufocada há dois anos pelo super-IPI para importados, a ponto de reduzir e adiar lançamentos, derrubar o patrocínio de camisa do Palmeiras e diminuir a aparição em novelas, a Kia do Brasil afirmou estar pronta para voltar a fazer tudo isso, com carga total, em 2014. Ou quase.

  • Danil Kolodin/Newspress

    Mostrado no Salão de SP, em 2012, Quoris é o sedã grande de luxo da Kia

NOVELA E FUTEBOL
Duas ações de visibilidade em massa e duas apresentações automotivas estão confirmadas. O curioso foi a ênfase dada aos anúncios de marketing televisivo.

"Renovamos as ações de merchandising com a Rede Globo e vamos estar presentes na próxima novela do Manoel Carlos, que terá a Bruna Marquezine como protagonista. O nome ainda é provisório, deve ser 'Em  Família', mas a entrada de nossos carros na trama é certa", afirmou o presidente da Kia do Brasil José Luiz Gandini.

Defensor deste tipo de visibilidade, o empresário afirmou ter retorno garantido, ainda que não diretamente na venda de carros, mas se recusou a dar detalhes sobre o valor investido -- segundo ele, o segredo sobre os números do negócio é exigência da rede de televisão. Com ou sem restrições, é um bom negócio, no entanto. Na atual trama das 21h da Globo, "Amor à vida", o vilão Félix (Mateus Solano) já foi visto a bordo do sedã Quoris, que a marca tenta lançar no país há um ano (saiba mais abaixo). Antes, o hatch Soul atual, os sedãs Cerato e Optima e os SUVs Sportage e Sorento já haviam feito suas pontinhas em diferentes novelas.

"Se o carro aparece em alguma cena da novela, a procura nas lojas sobe exponencialmente no dia seguinte, explicou Gandini. "Não dá para garantir que o carro vai ser vendido, mas as condições são dadas e aí é com o concessionário".

Torcedor arraigado, Gandini descartou voltar a investir no time do coração, o Palmeiras, ou em qualquer outra equipe do país, no entanto. Apesar do bom retorno com o patrocínio de camisa do clube paulistano em 2012, o presidente da representação local da Kia deixou claro que este não é mais o foco da empresa. Para 2014, a prioridade já está definida pela matriz, que parceira da Fifa para a Copa do Mundo.

"Teremos ações em seis das cidades-sedes", apontou Gandini. Nas outras cidades, o patrocínio oficial será da co-irmã Hyundai.

E CARRO?
Parecia até um anúncio secundário (houve até apresentação de projeto imobiliário antes), mas a Kia do Brasil também falou de novos modelos para 2014. Ou, de novo, quase.

Anunciado no último Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro de 2012, o sedã grande Quoris, equivalente da Hyundai Equus, ficou para abril. Em maio, será a vez do novo Soul, com visual atualizado e mudanças no trem-de-força: a Kia não quis dar detalhes, mas no exterior a nova geração do carro (apesar do visual ser muito parecido com o atual) usa o 1.6 de 133 cavalos e também o 2.0 com injeção direta de 166 cavalos, sempre com câmbio de seis marchas, manual ou automático.

Tamanho atraso para cumprir as promessas de atualização do portfólio -- e que também postergou a minivan Carens, o novíssimo Cerato hatch, bem como o novo Koup (o Cerato esportivo) -- é colocado todo nas costas do governo e de sua política de proteção à indústria nacional.

"O governo queria acabar com as importadoras de volume e conseguiu", criticou Gandini antes de anunciar ter conseguido a permissão dos sul-coreanos para participar do programa Inovar-Auto (o novo regime automotivo nacional). Com a adesão, a Kia terá de garantir, num primeiro momento, motores mais eficientes (evolução que será feita na matriz) e terá como contrapartida a permissão de vender 4.800 carros sem os 30 pontos percentuais extras de imposto.

"Com isso, mais 6 mil unidades do (caminhãozinho montado no Uruguai) Bongo e outras 20 mil unidades de importados pagando o IPI cheio, teremos um total de 30 mil carros programados para 2014, o que vai significar um aumento de 3% (ou dez mil carros) em relação ao 29 mil que emplacaremos até o final deste ano", enumerou. "Para quem já vendeu 80 mil carros ao ano, 30 mil pode não parecer nada, mas pelo menos conseguiremos ter um ano sustentável", concluiu Gandini.

INDEFINIÇÕES FABRIS
Apesar do acordo para adequação ao regime automotivo, não foi desta vez que a Kia anunciou local ou investimentos em fábrica. De acordo com Gandini, as conversas com a matriz da Kia prosseguem, mas o clima de definição ainda está distante. UOL Carros já anunciou qual será o desfecho desta novela: os planos da Kia do Brasil envolvem duas unidades no país, uma para carros compactos, outra para a montagem de algum SUV, preferencialmente o Sportage.

Resta, no entanto, definir quem seria responsável por qual linha de montagem e como e onde seriam feitos os investimentos."É preciso que eles aprovem cada passo e isso ainda não aconteceu. A questão é definir se eles (a matriz coreana) vêm ou se nós faremos tudo aqui por conta", concluiu Gandini.